Esta coluna publicou ontem, quinta-feira, 29, matéria sobre a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que regula a produção do Hidrogênio Verde no Brasil. Com base em informação de uma fonte bem-informada do setor energético, a coluna revelou que a australiana Fortescue – assim como outras empresas que celebraram Memorando de Entendimento com o Governo do Ceará para a produção do Hidrogênio Verde no futuro Hub do H2V do Pecém – movimenta-se para reverter no Senado Federal algumas decisões que podem prejudicar a implantação do seu empreendimento.
Nesta quinta-feira, a direção da Fortescue transmitiu a esta coluna uma nota em que se posiciona em relação ao assunto. A íntegra da nota é a seguinte:
“O Brasil tem neste momento uma oportunidade histórica de criar condições regulatórias favoráveis para que a indústria do Hidrogênio Verde possa se desenvolver no país e o mesmo se torne uma potência mundial na produção do H2V e seus derivados e contribua para a neoindustrialização brasileira.
“O Brasil tem uma matriz energética renovável, infraestrutura e localização geográfica favoráveis.
“A Fortescue acolhe de forma positiva a aprovação do PL 2.308/2023 na Câmara dos Deputados, um importante hito (marco, acontecimento, segundo o Wikipédia, é observação da coluna) do processo de construção de um consenso democrático.
“Temos um diálogo muito positivo com o Governo Federal, como demonstrou a visita do nosso chairman neste mês ao presidente Lula em Brasília, e com o Congresso Nacional, e de nenhuma forma arremeteremos contra o Legislativo ou Executivo.
“Acreditamos que a proposta possa ter seus aprimoramentos em futuras discussões, tais como incentivos para favorecer a indústria do Hidrogênio Verde, que permitam tornar ao país dar um passo importante para a sua descarbonização e transição energética. Para isso, estamos colaborando com outras empresas do setor energético no sentido de amadurecer o debate sobre o desenvolvimento do setor no Brasil.”
Como se observa no último parágrafo de sua nota, a Fortescue corrobora o que esta coluna publicou ontem. Na democracia, é assim mesmo que se encaminham junto ao Parlamento os interesses dos diferentes setores da economia do país.
É pela via do diálogo com os parlamentares que as divergências se transformam em convergência, principalmente quando se trata de temas que mudarão o perfil econômico do país neste período de Transição Energética.
A concessão de incentivos fiscais, por tempo determinado, às empresas que construirão e operarão as unidades industriais de produção do H2V em várias regiões do país deve ser vista como estímulo a um setor que, além de substituir os combustíveis fósseis, poluentes, por outros limpos e renováveis, devolverá as boas condições de vida ao planeta e seus habitantes.