IBGE divulga hoje PIB do 1º Trimestre, que pode surpreender

No início do ano e até mais recentemente, economistas apostaram que a economia brasileira teria crescimento perto de zero. Leia mais: A inflação continua caindo, mas ainda é alta

Hoje, quinta-feira, 2, por volta das 9 horas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o PIB do primeiro trimestre deste ano. 

A expectativa dos economistas é de que se registre um crescimento entre 1% e 1,5%. Como a mídia vai noticiar essa virada só saberemos mais tarde. Diante da polarizaçãoda política neste ano eleitoral, o PIB do primeiro trimestre será motivo para variadas análises e comentários, dependendo da ideologia de quem os faça. 

Reparem: no dia 3 de janeiro deste ano, o site da BBC News Brasil anunciava: “Para o PIB (Produto Interno Bruto), indicador que soma todos os bens e serviços produzidos no país, a expectativa dos economistas é de estagnação. Os analistas divergem se o número vai ser um pouco negativo ou um pouco positivo, mas todos concordam que, no azul ou no vermelho, o desempenho deve ficar muito próximo de zero.” Vale repetir: próximo de zero.

No dia 19 do último mês de abril, o site Nexo noticiava o seguinte: “O crescimento projetado (pelo FMI) de 0,8% do PIB – Produto Interno Bruto, que soma todos os bens e serviços produzidos em um país – faz com que o Brasil esteja entre os países com piores perspectivas para 2022. De 193 países analisados, o Brasil é o 14° com pior expectativa de crescimento pelo FMI no ano. Os piores são Ucrânia (queda de 35%) e Rússia (queda de 8,5%), protagonistas do maior conflito bélico na Europa em décadas."

Havia, no início deste exercício, uma expectativa negativa em relação à economia brasileira. Ela se ampliou logo nos primeiros dias da guerra na Ucrânia, no fim de fevereiro, quando a mídia sudestina – a nordestina também – anunciou que a agricultura brasileira deixaria de produzir e exportar suas mercadorias porque faltariam os fertilizantes russos e ucranianos. Até agora, porém, essa falta não aconteceu, tendo o Ministério da Agricultura adotado providências para importar o insumo de outros fornecedores, como o Canadá. As exportações da agropecuária nacional seguem garantindo o superávit da balança comercial.

A economia brasileira retoma em boa velocidade sua atividade, graças ao aumento do consumo das famílias e aos preços das commodities e, ainda, ao setor de serviços, área empregadora intensivo de mão de obra. Turismo, bares, restaurantes e eventos sociais tiraram proveito do relaxamento que veio após quase um ano de restrições por causa da pandemia. O comércio varejista, igualmente, emite sinais de recuperação e suas vendas – apesar da inflação e da queda de renda do consumidor – estão positivas. 

No dia 17 de maio, o Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas, sinalizou que, de janeiro a março deste ano, o PIB cresceu 1,5%. O levantamento do Monitor da FGV poderá ser confirmado hoje, ou não, pelo IBGE. Há economista já afirmando que o crescimento sustentável do PIB “ainda é um desafio”, com o disse Cláudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre/FGV. 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, vem dizendo e repetindo que a economia brasileira voltou ao trilho do crescimento. Ele tem afirmado que “quem apostou contra o Brasil vai perder a aposta, de novo”. 

Aguardemos os números do IBGE.

INFLAÇÃO SEGUE CAINDO, MAS AINDA É ALTA

Segue caindo a inflação. No último mês de maio, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fechou em 0,5%. 

O IPC-S, anualizado, isto é, de maio de 2021 até maio deste ano, está em 10,28%, o que levará o Copom do Banco Central a aumentar em 0,5% a taxa básica de juros Selic.

Segundo a FGV, citada pela Agência Brasil, quatro das oito classes de despesa analisadas pela pesquisa tiveram queda na taxa de inflação de abril para maio, entre elas alimentação (que caiu de 1,58% para 0,45% no período) e transportes (de 2,13% para 1,02%). 

Outros grupos que registraram taxa de inflação menor foram saúde e cuidados pessoais (de 1,14% para 0,87%) e vestuário (de 1,26% para 1,21%). Dois grupos registraram deflação (queda de preços) ainda mais acentuada do que no mês anterior: habitação (que passou de -0,69% para -1,37%) e comunicação (de -0,02% para -0,14%).