Para o engenheiro José Carlos Braga, um engenheiro, empresário e consultor em energias renováveis, “há uma questão pouco explorada que é a enorme novidade que o Hidrogênio Verde está trazendo, e não se trata apenas da geração de energia, mas também, e principalmente, da sua colossal capacidade de armazenamento e transporte”.
O assunto é técnico, portanto, tem a palavra José Carlos Braga:
“Repare: as energias renováveis dependem de suas matrizes energéticas – notadamente o sol, os ventos e as águas, cuja incidência nos equipamentos têm transientes que dificultam o fornecimento de energia firme, como fazem as termelétricas.
“O H2V elimina o problema, funcionando como uma espécie de no-break na interface com as redes de distribuição, além do que permite o transporte dessa energia para além dos limites continentais.
“Sabemos que não é simples montar um Hub de energia limpa com eficiência, eficácia e efetividade, como o do Pecém, e em curto espaço de tempo, mas é impressionante neste quadrante de tempo a busca frenética dos países do Atlântico Norte por esse elemento.
“Não é exagero chamar o Hidrogênio Verde de "Petróleo do Século XXI", e o Ceará, o Nordeste e o Brasil podem tornar-se a maior potência energética do planeta, suscitando plataformas de compensação que justifiquem recursos em praticamente todas as políticas públicas essenciais a nos guindar ao pódio dos países desenvolvidos em no máximo 20 anos.
“E tudo isso eliminando sobejamente a carbonizacão do planeta.
“É confiar e trabalhar incansavelmente nessa direção e sentido, e acredite amigo, estamos fazendo a nossa parte.”
Por que estas observações neste momento? – foi a pergunta que a coluna dirigiu ao engenheiro José Carlos Braga, cuja resposta, transmitida em linguagem cifrada do tipo “a quem interessar possa”, foi a seguinte:
“O motivo principal deste esclarecimento é que há vídeos e artigos inescrupulosos circulando na internet, denegrindo as vantagens cientificamente inegáveis das energias renováveis, provavelmente patrocinados por grandes grupos que se beneficiam das energias fósseis e estão se lixando para o futuro da humanidade, com a degradação do clima e os resíduos sólidos poluentes originados pela matriz energética em vigor desde o século XIX, com o advento do petróleo.
“A privatização da Eletrobrás, que poderia trazer muitos benefícios ao país, está lotada dos tais ‘Jabutis’ que induzem absurdamente o país a utilizar termelétricas, goela abaixo.
“Na verdade, as energias renováveis, aliadas ao Hidrogênio Verde, são necessárias e suficientes a prover potências das mais variadas, de microwatt a gigawatt, e qualquer opinião adversa é absurda e inconsistente.
“Precisamos separar o joio do trigo de forma urgente e contundente.”
Faltou só dizer o tradicional “doa a quem doer”.
A FORTE QUEDA DO DESEMPREGO
Do índice de desemprego ontem divulgado pelo IBGE devem ser salientados detalhes puxados pela economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória.
Ela explica: antes da pandemia, esse índice era de 11,8%. A Covid levou governos estaduais à proibição de várias atividades, fazendo o desemprego saltar para 14,8% no ano passado.
Agora, de acordo com o IBGE, o desemprego caiu para 10,5%. Foram 9 milhões de novas vagas. O número de pessoas empregadas é recorde: 96,5 milhões, diz a economista Rafaela Vitória.
É a economia reagindo, principalmente na área de serviços (cabeleireiros, bares, restaurantes, eventos sociais, por exemplo). Daí, a alta da inflação.
DÍVIDA CAI PARA 78,3% DO PIB
Registra o Infomoney que o setor público registrou superávit primário de R$ 38,9 bilhões em abril, uma forte alta em relação ao superávit de abril do ano passado, que foi de R$ 24,3 bilhões. Os números foram divulgados ontem pelo Banco Central.
Este resultado é o melhor para o mês de abril de toda a série histórica, e ficou acima das projeções do mercado, que previa um superávit de R$ 30,1 bilhões.
O resultado primário do governo considera todas as receitas e todas as despesas, excluindo os juros da dívida pública.
Quando se incluem os juros da dívida pública, que em abril alcançaram R$ 79,9 bilhões, aí, então, surge um déficit de R$ 41 bilhões.
Outra boa notícia: a dívida pública do Governo da União, em abril, caiu 0,2%, ficando em 78,3% do PIB. Em março, a dívida pública brasileira correspondia a 78,5% do PIB. Vale lembrar que, na pandemia, essa dívida chegou a passar dos 90% do PIB.