Primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), o empresário Carlos Prado – fundador da Ceará Máquinas Agrícolas (Cemag) e da Itaueira Agropecuária, uma gigante da fruticultura brasileira – reduz a uma frase a posição que estão a assumir alguns cearenses que, passando a duvidar do projeto de instalação do Hub do Hidrogênio Verde do Pecém, passaram a publicar opiniões que contêm viés de cunho político.
Carlos Prado diz o seguinte: “Há sempre os que atiram pedras e há os que as recolhem para construir algo de valor.”
Bem, há pessoas que sempre têm alguma coisa a dizer. Mas há outras que sempre têm de dizer alguma coisa. Há uma diferença entre elas e mais diferença ainda sobre o que dizem. No caso em questão – o projeto do Hub do H2V no Pecém – o que se tem de absolutamente incontestável é o fato de que, hoje, dia 10 de janeiro de 2024, há quatro empresas prontas para dar partida às obras de construção de suas unidades industriais de produção do Hidrogênio Verde no Ceará.
Uma dessas empresas é a multinacional australiana Fortescue, integrante de um dos três maiores grupos empresariais do mundo do setor da mineração. Os controladores da Fortescue não cruzariam o Pacífico, saindo da Oceania até chegar aqui, se não houvesse a viabilidade econômica para o seu projeto de produzir no Pecém o H2V, já chamado de combustível do Século XXI e em torno do qual se mobilizam a ciência e os capitais do planeta.
Também não estaria envolvido nesse empreendimento – pelos mesmos motivos – o megaempresário cearense Mário Araripe, fundador e principal sócio da Casa dos Ventos, principal empresa nacional brasileira desenvolvedora de projetos de geração de energias renováveis. Sua empresa associou-se a outra, de origem estrangeira, com a qual investirá em um projeto cujo objetivo é o de produzir H2V no futuro Hub do Pecém.
Mais duas empresas – a Qair e a Cactus Energia Verde – estão, assim como a Casa dos Ventos e a Fortescue, preparadas para começar a construir sua fábrica de Hidrogênio Verde no Pecém, para o que aguardam, somente, a regulamentação dessa atividade, uma tarefa da qual o Congresso Nacional e o ministério de Minas e Energia ainda não se desvencilharam.
O Ibama já emitiu o licenciamento prévio para essas quatro empresas, as quais já têm garantida a oferta de água de reuso que a Cagece lhes fornecerá por meio de uma adutora entubada que partirá de sua Estação de Tratamento de Esgoto localizada na Praia Leste-Oeste, em Fortaleza, até o Complexo do Pecém.
Serão cerca de 5 m³ por segundo – mais do que o dobro de que necessitarão os quatro primeiros projetos de H2V do Pecém.
Produzir e consumir Hidrogênio Verde é o sonho de todas as economias do mundo, principalmente as mais desenvolvidas, como as europeias, cujos governo têm ampliado suas enormes preocupações com o crescente aquecimento global. Afastar as energias de origem fóssil e substitui-las por energias renováveis é o objetivo de todas as políticas de preservação ambiental, incluindo as do Brasil. Mas isto não é nem será fácil.
A ciência ainda tateia em torno do H2V – é só acessar os sites das grandes empresas do setor de energia e os das melhores universidades do mundo. Uma rápida pesquisa no Google mostrará opiniões, pesquisas e até projetos divergentes em torno do mesmo tema.
Todo o esforço é pelo Hidrogênio Verde, produzido com energias renováveis, mas cresce a produção do Hidrogênio Cinza, em cujo processo é usada a energia fóssil, causa de poluição e agressão ao meio ambiente.
Assim, o trabalho do homem inteligente, hoje, tem uma só direção, uma só meta: estancar o aquecimento global e salvar a vida do planeta Terra e dos seus habitantes. Ou nos juntamos todos nesse esforço, ou a aventura humana terá fim mais cedo do que imaginamos.