Quem conversa com o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, toma uma injeção de otimismo na veia da esperança. Sua mente é uma usina de boas e grandes ideias, todas viáveis, como já disseram à coluna os empresários Alexandre Negrão, sócio e CEO da Aeris, que fabrica pás eólicas no Complexo do Pecém, e Mário Araripe, fundador da Casa dos Ventos, maior desenvolvedora brasileira de projetos de energias renováveis.
Ontem, por um longo tempo, Ricardo Cavalcante expôs a este colunista o que se passa hoje e o que se passará amanhã nos setores da indústria e da agropecuária do Ceará, o que já demonstra sua estreita relação com o presidente da Federação da Agricultura (Faec), Amílcar Silveira, “que faz uma verdadeira revolução no agro, mobilizando não só grandes empresários do setor, mas, principalmente, os pequenos produtores, que se encantaram com o seu trabalho e com a sua liderança”.
Para começar, a Fiec criou, desenvolveu e opera o Observatório da Indústria – uma plataforma digital que contém mais de 7 trilhões (sim, trilhões) de informações sobre a economia do Ceará, do Nordeste, do país e do mundo. Tem mais: essa muito sofisticada plataforma produz cálculos matemáticos que podem – por meio de algoritmos gerados por robôs – indicar que retorno terá o investimento de qualquer projeto.
“Os grupos cearenses Edson Queiroz e M. Dias Branco, o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, comandado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e a ArcelorMittal, gigante mundial do aço, são alguns das dezenas de clientes do Observatório da Indústria”, revela o presidente da Fiec.
Ricardo Cavalcante entusiasma-se com o que está por vir na área do Hidrogênio Verde, e adianta uma informação importante: a australiana Fortescue abriu uma concorrência para a terraplenagem de sua área de 120 hectares na ZPE do Pecém, na qual implantará uma unidade de produção de Hidrogênio Verde.
Detalhe: esse serviço de preparar o terreno para receber a futura indústria de H2V da Fortescue não é para qualquer empresa da construção pesada local, pois há itens que exigem rara especialização, razão pela qual haverá certamente a participação de grandes empresas nacionais na licitação.
Há mais acontecendo e a acontecer ao longo deste e do próximo ano no que tange ao hidrogênio verde, mas esta coluna, por questões estratégicas, não o pode revelar a pedido do presidente da Fiec.
Mas Ricardo Cavalcante está atuando, também, para além das fronteiras da indústria, emprestando o apoio de sua entidade aos projetos da agropecuária liderados pela Faec de Amílcar Silveira – os dois agem como se fossem siameses, e esta união de esforços desembocará em um grande empreendimento que dará um “up grade” à agroindústria do Ceará. Cavalcante e Silveira não abrem a guarda a respeito do assunto, que ficará na confidencialidade por mais algumas semanas – foi o que ambos combinaram.
E como vão as relações da indústria com o governo do Estado? – perguntou a coluna ao presidente da Fiec A resposta, com outras palavras, veio nos seguintes termos:
“Estreitas e cordiais. Tenho mantido permanente contato com o governador Elmano de Freitas, que tem apoiado integralmente nossas iniciativas, todas a favor do desenvolvimento do Ceará. A mesma estreita e respeitosa relação o governador tem com a Faec e com o seu presidente Amílcar Silveira, o que quer dizer que os projetos de interesse da indústria e da agropecuária estão em linha com o do governo estadual.
Presidente, também, da Associação Nordeste Forte, que reúne todas as federações da indústria da região nordestina e, ainda, segundo vice-presidente executivo da CNI, Ricardo Cavalcante tem uma agenda intensa que o leva – até duas vezes por mês – a compromissos em Brasília, ou em São Paulo ou em alguma capital do Nordeste. Ele construiu relação pessoal com personalidades do mundo empresarial e político do país, mantendo contatos constantes com ministros do governo e com o vice-presidente Alckmin, de quem se tornou amigo.
Essa relação pessoal ele tem, igualmente, com os principais líderes do Congresso Nacional, com os quais trata diretamente de temas ligados à economia estadual cearense.
Ao fim da conversa com este colunista, Ricardo Cavalcante socorreu-se do diretor regional do Senai e superintendente regional do Sesi, Paulo André Holanda, para destacar o esforço que a Fiec vem fazendo nos últimos anos para qualificar a mão de obra do setor industrial cearense, “um trabalho que começa na tenra idade dos filhos dos industriários, que nas nossas escolas aprendem desde cedo a linguagem da tecnologia digital e a dominar o idioma inglês, além das disciplinas corriculares, incluindo a matemática, a física e o português.
Paulo André Holanda com a palavra:
“Nossa rede de Educação conta hoje com 12 escolas divididas em 6 Escolas de Educação Profissional do Senai e 6 Escolas de Educação Básica Regular do Sesi. Elas se complementam e proporcionam educação de qualidade em todos os níveis.
“As 6 escolas do Senai-Ceará oferecem um portfólio de capacitação robusto, com mais de 400 cursos profissionalizantes de 28 diferentes segmentos industriais. Para realizar esse atendimento, a rede de educação profissional conta com mais de 300 laboratórios modernos espalhados nas suas 6 unidades fixas (Sobral, Maracanaú, Juazeiro e Fortaleza – Barra do Ceará, Centro e Parangaba) e nas suas 4 unidades móveis (Madeira e Mobiliário, Panificação, Vestuário e Eletroeletrônica).
“O Senai tem o propósito de formar mão de obra qualificada para a indústria e a comunidade alinhado com o mercado de trabalho e com a pesquisa do Mapa do Trabalho Industrial, da CNI.
“O Senai oferta cursos nas modalidades de Aprendizagem Industrial, Técnicos profissionalizantes, Qualificação Profissional, Iniciação Profissional e Aperfeiçoamento Profissional. No ano de 2023, o Senai-Ceará capacitou mais de 63 mil alunos para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo. Um dado importante: no ano de 2023, o Senai-CE alcançou 100% de maturidade de Gestão Escolar, obtendo o primeiro lugar no Brasil.
“O Senai é reconhecido nos relatórios da ONU (2011 e 2016) como a maior instituição de educação profissional do Hemisfério Sul.
“Enquanto isso, a Rede Sesi-Ceará de Educação propõe-se a uma prática pedagógica diferenciada em busca do acesso para o trabalhador da indústria, seu dependente e comunidade a uma educação de qualidade que favoreça seu crescimento pessoal e profissional.
“De 2019 para cá, cresceu de 972 alunos (1 escola) para um universo de 5.400 (6 escolas), fruto da gestão do presidente da Feic, Ricardo Cavalcante e sua diretoria.
“Dentre os aspectos diferenciais da atuação da Rede Sesi de Educação seguem alguns pontos de destaque: Metodologia Steam; Empreendedorismo em parceria com o Sebrae, Robótica/Lego, Ensino Bilingue, Ferramentas da Google, Microsoft, Cultura Maker e equipe técnica altamente qualificada.
“Os alunos do Sesi-CE têm a possibilidade de concluir o terceiro ano do ensino médio com um curso técnico profissional, ofertado pelo Senai-CE.
“É Importante destacar que toda a oferta de cursos é direcionada para a demanda da indústria cearense, com portfólio abrangente e atualizado, de acordo com as tendências do mercado, tais como cursos voltados para a transição energética (Hidrogênio Verde, Energias Renováveis e Geração, Transmissão e Distribuição (GTD).”