Energia solar alcançará no fim deste ano 2 TW (Terawatts) no mundo

Foi o que anunciou o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, falando no South America, maior evento do setor, que se realiza em S. Paulo

Falando ontem na abertura do South America 2024, principal evento latino-americano de inovação do setor de energia solar fotovoltaico, o CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, revelou que, até o fim deste ano, o mundo estará gerando 2 TW (terawatts) de energia de origem solar.

Sauaia disse que a geração solar alcançou, em 2023, a marca de 1,5 TW em operação, com mais de 400 GW adicionados ao longo do ano. Para 2024, a previsão é de que o planeta chegará aos 2 TW, e isto será possível porque o custo das novas tecnologias está reduzindo muito rapidamente. “Só no ano passado, esse custo caiu 50%”, revelou ele.

“Temos visto diversos usos da fonte solar, sobretudo no Brasil, seja em edificações, agronegócio, carports e usinas hidrelétricas, o que tem ajudado o nosso crescimento. Até 2028, há a expectativa de o mundo ultrapassar os 5 TW de capacidade instalada global”, antecipou Sauaia. 

“As empresas privadas e a sociedade estão fazendo a sua parte, mas a faltam políticas públicas que apontem para uma direção sustentável, e isto impede que o país realize uma transição energética mais rápida e de maior qualidade”, acrescentou ele. 
 
De acordo com Sauaia, é possível que o país pare de emitir gases de efeito estufa até 2030 caso a máquina pública valorize mais o uso de fontes renováveis. 

“De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos, para cada R$ 1 dado para fontes renováveis, são concedidos R$ 5,60 em subsídios para fontes fósseis”, disse ele. 

Além das questões que envolvem a máquina pública, Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, comentou, na mesma ocasião da abertura da South America,  que o mercado solar também enfrenta hoje alguns desafios macroeconômicos, como taxa de juros elevadas e questões fiscais.
 
Contudo, segundo ele, como a demanda por energia seguirá cada vez maior, haverá muitas oportunidades para o fomento da fonte solar no país, sobretudo com a chegada de novas tecnologias relacionadas, como armazenamento e veículos elétricos, por exemplo. 

“No Brasil, de cada 100 contas de luz, quatro são hoje oriundas da energia solar. Na Austrália, são 30. Portanto, a energia solar no Brasil ainda tem longo caminho a ser percorrido, sendo um segmento com muitas oportunidades para todos. Há empresas que são pequenas hoje, mas serão gigantescas o futuro”, concluiu Koloszuk.