Empresários querem, mas governo não privatizará Ceasa

Tim Gomes, presidente da empresa, que é de economista mista, revela: o governador Elmano de Freitas autorizou investimentos para construir novos e reformar antigos galpões do equipamento

Por enquanto, o governo do Ceará não pensa em privatizar a Ceasa de Maracanaú, como estão estão sugerindo os empresários da agropecuária que se queixaram, ontem, das precárias instalações do equipamento que, na verdade, opera como um grande shopping center – são centenas de boxes que comercializam, principalmente, produtos da hortifruticultura estadual.

O presidente da Ceasa, Tim Gomes, que pode trocar, em 2025, a posição que ocupa hoje por uma cadeira na Assembleia Legislativa, reuniu-se com agropecuaristas e, muito francamente, reconheceu algumas falhas na Ceasa, mas revelou que, por ordem do governador Elmano de Freitas, vem fazendo e fará mais reformas, incluindo a construção de um novo galpão destinado ao setor de carnes, o qual terá o mesmo padrão de qualidade das melhores centrais de abastecimento do país. O projeto arquitetônico da obra já foi licitado.

Tim Gomes surpreendeu os atentos agropecuaristas ao informar-lhes que a Ceasa de Maracanaú – a maior do Ceará – tem 52 anos de intensa atividade, mas nunca passou por uma reforma, o queestá acontecendo agora.

Além do galpão que abrigará os boxes que comercializam carnes bovina, ovina e caprina – a Ceasa ganhará um novo Galpão 5, pois o antigo foi destruído por um incêndio. Nesse galpão eram comercializados produtos da fruticultura, principalmente banana produzida na Chapada do Apodi.

Empresa de economia mista, a Ceasa tem um orçamento próprio, cujas receitas advêm do aluguel dos seus espaços de comercialização. O aluguel de um boxe de 52 metros quadrados tem o valor mensal médio de R$ 2 mil, que são acrescidos de mais R$ 6 mil relativos aos custos de manutenção – como há nos condomínios.

Tim Gomes revelou com visível alegria que os desperdícios de frutas e verduras na Ceasa de Maracanaú estão hoje muito perto de zero por causa de uma ação conjunta da empresa e dos concessionários com entidades de assistência social, que, ao fim de cada dia, recolhem e distribuem o que recolheram, ajudando a combater a carência de alimentos de uma parte da população.

Preocupado com a segurança dos concessionários e das milhares de pessoas que, diariamente, fazem compras no seu shopping center, a Ceasa de Maracanaú instalou 34 câmeras de alta resolução, para o que dobrou a área de sua sala de controle onde é monitorada a movimentação interna do equipamento.

Ele também disse que, na sua gestão, e graças ao apoio do governador Elmano de Freitas, já foram investidos R$ 22 milhões em serviços e produtos que melhoraram as condições de operação dos concessionários e de trabalho dos funcionários da Ceasa.

No fim de sua conversa com os empresários, alguém sugeriu que a Ceasa troque de lugar, ou seja, deixe o terreno que ocupa hoje por uma área maior à margem do IV Anel Viário ou da Rodovia que liga Fortaleza a Baturité. Essa permuta permitiria a construção de uma nova e moderna Central de Abastecimento que atenderia a toda a Região Metropolitana de Fortaleza. Tim Gomes não comentou a proposta, sinal de que ela não está nos planos da empresa.

OS CHINESES ESTÃO CHEGADO

Três diretores da CRCHI, grande empresa industrial da China que fabrica enormes e sofisticados equipamentos para a colheita de algodão, soja, milho e outros produtos reuniram-se ontem com empresários do agro e da indústria do Ceará.

Eles apresentaram vídeos de como são fabricados e de como operam no campo os seus caros equipamentos – cada um custa cerca de US$ 1,5 milhão.

Charlie Chen, diretor para as Américas do Sul e do Norte; Dapeng Li, Diretor de Marketing; e Thang Zhiwei, diretor-geral da CRCHI, que significa China Railway Construction Heavy Industry Corporation Limited, foram ouvidos com atenção pelos 20 empresários presentes ao encontro.

Após a reunião, eles tiveram conversas separadas com dois deles – Raimundo Delfino, que planta algodão na Chapada do Apodi, e Cristiano Maia, que, entre outras atividades, fabrica em Fortaleza rações para cães, gatos, bovinos, equinos, peixes e camarão.

Ambos demonstraram interesse em obter mais detalhes dos equipamentos chineses.