Exclusivo! Oyvind Vessia, diretor de Política Energética da Orsted, maior empresa mundial de energia eólica “off shore” (dentro do mar), sugeriu nesta sexta--feira, 5, ao secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, Maia Júnior, a imediata expansão do Porto do Pecém, que, no curto prazo (sete anos, mais ou menos), terá de estar preparado para processar a produção de Hidrogênio Verde e de energia renováveis.
A sugestão foi feita nesta sexta-feira, 5, em Copenhagen (Dinamarca) durante encontro de Vessia com Maia Júnior.
O dinamarquês disse ao cearense que a Orsted deixou de produzir combustíveis de origem fóssil no Mar do Norte e redirecionou sua atividade para a produção de energia eólica gerada dentro do mar, da qual é líder no mundo.
Oyvind Vessia também revelou que sua empresa analisará com interesse a proposta de produzir Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém, mesmo que o Brasil não esteja no seu radar de investimentos, que se voltam para a China, os EUA e a Europa.
O secretário Maia Júnior informou a coluna sobre suas reuniões de ontem e de hoje em Copenhagen, e revelou que, fruto desses encontros, um time de engenheiros da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A) será enviado à Dinamarca e ao Porto de Roterdã para conhecer a operação do Hidrogênio Verde e da energia eólica “off shore”, produtos que comporão a rotina do terminal cearense em pouco tempo.
De acordo com Maia Júnior, para cada 1 Gigawatt (1 GW) gerado “off shore”, são gerados 9 mil empregos.
“O Ceará tem hoje 11 GW de energia eólica ‘off shore’ em processo de licenciamento nos organismos ambientais, o que representa 90 mil novos empregos diretos”, ressaltou o secretário do Desenvolvimento Econômico, ampliando na voz o seu conhecido entusiasmo.
Ainda de acordo com Maia, a Dinamarca “ficou pequena para o tamanho de suas necessidades e das necessidades do mundo na área de energia”, razão pela qual deseja, hoje, expandir seus negócios no setor, para o que o Ceará é visto como um parcerip estratégico.
Essa parceria é explicável: está no Ceará uma portentosa fábrica de turbinas da dinamarquesa Vestas – maior empresa mundial de fabricação de equipamentos para a geração de energia eólica. Além disso, opera, destacadamente, no Porto do Pecém, a Maersk, gigante da navegação mundial.
“Tudo isso faz do Ceará um centro de atração de investimentos”, assinala Maia Júnior.
Ele disse que a Vestas já está produzindo, na Dinamarca, torres metálicas de energia eólica com 263 metros de diâmetro e 150 metros de altura.
Assim, “diante de tudo que ouvi e vi, retorno ao Ceara com algumas certezas, a primeira das quais é de que estamos no caminho certo; a segunda é que teremos de, realmente, ampliar o Porto do Pecém, pois, além da energia eólica ‘off shore’ e do H2V, teremos de processar com rapidez e eficiência toda a carga que chegará pela Ferrovia Transnordestina”.
Mais otimismo, impossível.