Cactus Energia Verde produzirá amônia para o mercado europeu

Empresa, genuinamente cearense, já tem Licença Ambiental Prévia e contratos com fontes de geração solar de 3 GW e de 1,2 GW em eólica offshore.

Esta coluna conversou nesta quinta-feira, 26, com o engenheiro José Carlos Braga, diretor de Tecnologia e sócio da cearense Cactus Energia Verde, que ontem assinou, no âmbito da Fiec Summit 2023, um pré-contrato com a CIPP S/A, que administra o Complexo do Pecém, para a implantação de uma usina de produção do Hidrogênio Verde na geografia da ZPE do Ceará, numa área de 86 hectares.

A empresa já dispõe de Licença Ambiental Prévia.

Braga disse que o Ceará “poderá transformar-se no segundo pulmão do mundo (o primeiro é a Amazônia) pela redução substancial do CO2 lançado na atmosfera, e a Cactus fará parte dessa jornada pela sobrevivência do planeta”.

Para alicerçar sua tese, ele transmitiu as seguintes informações relativas ao projeto da sua Cactus:

O sumário do projeto executivo da empresa aponta para uma produção renovável de H2V (Hidrogênio Verde) e NH3 (Amônia) na sua futura unidade de produção.
 
Será utilizado o processo de eletrólise de 1,12 GW para uma produção de 190 mil toneladas/ano de Hidrogênio Verde e de 1 milhão de toneladas de amônia. 

A produção de amônia verde será voltada para o mercado da União Europeia, com entrega no Porto de Roterdã, na Holanda, “desembarcando com o menor custo projetado”.

A TIR (taxa interna de retorno) inicial calculada do patrimônio líquido é de 18%.

A Cactus já tem, há um ano, Memorandos de Entendimento com o Governo do Ceará e com a CIPP/Porto de Rotterdã.

O projeto, segundo José Carlos Braga, “é elegível a significativos incentivos federais e estaduais”.

Ele informa, também, que a Cactus tem contratos com fontes de geração solar da ordem de 3 GW e de 1,2 GW em eólica offshore.
Já foram concluídos o Memorando Executivo detalhado e o Projeto Conceitual, que incluiu especificidades comerciais com rotas marítimas para o mercado consumidor. 

Braga revela que a Cactus Energia Verde se estabeleceu como uma desenvolvedora de projetos independente, ágil e genuinamente cearense. A empresa tem acesso ao LCOH (custo nivelado de energia do Hidrogênio) mais baixo do Brasil, já dispondo de acordos offtake em evolução focados na entrega aos mercados da União Europeia e do Reino Unido, “com capacidade subsequente para potencial atendimento ao mercado doméstico brasileiro”.

O projeto da Cactus, diz José Carlos Braga, também aponta para potenciais serviços e produtos auxiliares agregados: fertilizantes, metanol e derivados (aviação e fornecimento de combustível marítimo) e oxigênio. E já tem “negociação avançada com players multinacionais visando parceria para o CAPEX e o OPEX do empreendimento”.