Ontem, o mercado financeiro viveu novo dia tumultuado. A Bolsa de Valores B3 fechou em queda de 0,70%, aos 103.220 pontos, enquanto o dólar registrou leve alta de 0,44%m encerrando o dia cotado a R$ 5,06.
Boa parte das operações da Bolsa coincidiu com o depoimento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Muito elegante, mantendo a calma mesmo nos momentos em que foi agredido verbalmente por alguns senadores, Campos Neto insistiu nos seus argumentos, segundo os quais é preciso convergirem a política fiscal do governo e a política monetária do Banco Central para que se produza a redução dos juros básicos da economia, a Selic, que desde agosto do ano passado está em 13,75% ao ano.
Um senador do PT indagou ao presidente do Banco Central se ele sabia quanto custava um litro de leite.
Roberto Campos Neto respondeu: “Eu sei o custo da inflação para os mais pobres e muitos estudos mostram a perda de capacidade de compra da população. A inflação é o imposto mais perverso que existe, prejudicando os pobres. A inflação melhora a situação fiscal, mas à custa de desigualdade, e piora em consumo”.
Ele citou, como exemplo, o caso da Argentina, que enfrenta hoje uma inflação de 102%.
O presidente do Banco Central disse aos senadores que, no ano passado, houve um extraordinário aumento da inflação ao longo de todo período da campanha eleitoral.
E afirmou: “Se o Banco Central não tivesse subido os juros no ano eleitoral, teríamos uma inflação de 10% no ano passado, e não de 5,8%. E hoje, para controlar a inflação, teríamos que ter juros de 18,75%. O BC atuou antes, de forma autônoma, e quanto mais cedo se atua, menor é o custo para a sociedade”.
Campos Neto também afirmou que, desde novembro do ano passado, o Banco Central não vê melhoras das expectativas de inflação, o que sinaliza para a possibilidade de ser mantida a taxa Selic em 13,75%, o que será decidido pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, que se reunirá nos próximos dias 2 e 3 de maio, ou seja, nas próximas terça e quarta feiras.
Ele lembrou aos senadores que os países com Bancos Centrais independentes têm menos inflação e menos oscilação de preços, mandando uma mensagem para o governo e para senadores e deputados que querem por fim à independência do Banco Central do Brasil,
Ontem, em Nova Iorque, saiu o balanço financeiro da gigante Microsoft relativo ao terceiro trimestre do ano fiscal norte-americano, encerrado em março.
O lucro da empresada fundada por Bill Gates alcançou US$ 18,3 bilhões, ou seja, 9% maior do que o lucro do mesmo período do ano passado. E a receita da Microsoft no trimestre bateu em US$ 52,9 bilhões, uma expansão de 7% sobre o que estimava o mercado.
Outra gigante da tecnologia, a Alphabet, dona do Google, teve lucro de UDS$ 15,05 bilhões, um recuo de 8,5% em relação ao trimestre anterior.
Ao mesmo tempo em que anunciava seu balanço, a Alphabet também comunicava a decisão de investir US$ 70 bilhões na recompra de suas ações, que dispararam na bolsa Nasdaq.
A receita líquida da Alphabet no trimestre alcançou a montanha de US$ 69,79 bilhões.
Aqui no Brasil, o mercado não se surpreendeu com a divulgação, ontem, dos resultados do balanço financeiro do Banco Santander relativos ao primeiro trimestre deste ano.
O modesto lucro apurado foi de R$ 2,14 bilhões, uma queda de 46,6% em relação ao mesmo período do ano passado, porém 26,7% maior do que o resultado do quarto trimestre de 2022.
A causa desse lucro menor foram a alta dos juros, a provisão para possíveis casos de inadimplência e a adoção de providências mais conservadores na área do crédito.
Nesta quarta-feira, logo após o fechamento do mercado, será divulgado o balanço da Vale, maior produtora e exportadora brasileira de minério de ferro. O mercado está um pouco pessimista em relação aos resultados da Vale no primeiro trimestre deste ano.
As vendas da empresa reduziram-se no período e isto poderá impactar o resultado financeiro da empresa, que provavelmente terá seus lucros reduzidos.
O mercado está estimando que o lucro da Vale, de janeiro a março deste ano, tenha ficado em torno de R$ 2 bilhões, ou seja, uma queda de 46,2% em relação ao trimestre anterior.
Hoje, o preço internacional do petróleo experimenta uma leve alta de 0,61% na Bolsa de Londres, onde o barril é negociado a US$ 81,26. Enquanto esse preço se mantiver nesse patamar, os preços dos combustíveis aqui no Brasil não serão alterados.