Uma prática vem ganhando destaque entre os jovens da geração Z: o Polywork. Trata-se uma abordagem que oferece mais flexibilidade e permite aos profissionais acumular diversas funções e projetos simultaneamente. Mas o que exatamente significa Polywork e por que essa prática está atraindo a atenção dos nascidos entre 1995 e 2010? Entenda.
Profissionais de diferentes áreas estão adotando essa tendência e, no Brasil, ela está crescendo rapidamente. Para aqueles que defendem a prática, esse modelo é uma oportunidade para conhecer culturas diferentes, desenvolver múltiplas habilidades, garantir mais segurança financeira e atribuir ao trabalho um caráter mais autêntico, visto que estes profissionais primam por empregos que estejam alinhados aos seus valores individuais. O Polywork, que antes era adotado pela geração millennial como “bicos”, com o único objetivo de complementar a renda, hoje ganha um novo significado, que vai além de garantir segurança financeira. Essa prática envolve a possibilidade de explorar várias alternativas, paixões e culturas organizacionais diferentes.
O que é Polywork?
Polywork é um termo que descreve a tendência de profissionais acumularem diferentes funções ou projetos simultaneamente, muitas vezes em campos variados. Diferentemente do tradicional emprego único de tempo integral, os adeptos do Polywork podem atuar como freelancers, empreendedores, criadores de conteúdo, entre outras atividades, tudo ao mesmo tempo. Essa abordagem reflete uma mudança significativa na forma como os jovens encaram suas carreiras, priorizando a diversidade de experiências e a flexibilidade. Além disso, representa uma solução viável para a criação de uma rede de segurança financeira mais ampla.
Embora atraente, essa prática demanda da geração Z habilidades de gestão do tempo e estabelecimento de prioridades, além de cuidado com a saúde física e mental para evitar o esgotamento. As empresas, por sua vez, precisam criar políticas internas claras que definam expectativas e limites dessa relação de trabalho.
Por que a Geração Z aderiu a essa prática?
Uma das razões principais para a adoção do Polywork pela geração Z é a busca por autonomia e propósito no trabalho. Esta geração, que cresceu em um ambiente digital e conectado, valoriza a liberdade para explorar diversas paixões e habilidades. O Polywork permite que esses jovens experimentem diferentes áreas, o que pode levar a descobertas pessoais e profissionais enriquecedoras.
Ao envolver-se em diferentes projetos, esses jovens podem contribuir em diversas frentes, desde iniciativas sociais até inovações tecnológicas, ampliando sua influência e satisfação pessoal. Dessa forma, o Polywork também responde ao desejo da geração Z de ter um impacto positivo no mundo. Longe de ser uma moda passageira, esse fenômeno representa uma mudança significativa no paradigma de trabalho, impulsionada por uma geração que valoriza a flexibilidade, a diversidade de experiências e o impacto social. À medida que mais jovens da geração Z entram no mercado de trabalho, é provável que o Polywork continue a crescer, moldando o futuro das carreiras profissionais de maneiras inovadoras e multifacetadas.
Outros motivos para a adoção dessa prática incluem: facilidade de acesso a oportunidades de trabalho remoto, freelance e projetos paralelos; rápidas mudanças no ambiente de trabalho e a necessidade de desenvolvimento de novas habilidades; busca por segurança financeira em face da insegurança econômica e preocupações com a estabilidade no emprego; flexibilidade para planejar horários de trabalho de maneira a equilibrar vida profissional e pessoal; e possibilidade de empreender contando com outras fontes de renda.
Quais são os desafios do Polywork para as empresas?
Com o crescente número de profissionais optando por múltiplas funções simultâneas, as organizações precisam se adaptar a este novo paradigma de trabalho. A seguir, destaco alguns dos principais desafios enfrentados pelas empresas com a ascensão desse fenômeno e algumas recomendações:
- Retenção de talentos: a flexibilidade que o Polywork oferece pode dificultar a retenção de talentos. Empresas precisam desenvolver estratégias atraentes para manter esses talentos, como programas de desenvolvimento profissional, oportunidades de crescimento interno e um ambiente de trabalho estimulante.
- Gestão de projetos: a disponibilidade variável dos profissionais pode afetar prazos e a coesão da equipe. Implementar ferramentas de gestão de projetos eficazes e criar acordos claros sobre horários e compromissos é essencial.
- Cultura organizacional: a construção de um senso de pertencimento e identidade corporativa pode ser desafiada pela dispersão de interesses e de tempo. As empresas devem investir em atividades de integração e comunicação eficazes para fomentar um ambiente coeso.
- Conformidade e segurança de dados: inadvertidamente esses profissionais podem criar riscos de conformidade e segurança de dados. As empresas precisam estabelecer políticas claras sobre confidencialidade e uso de informações, além de investir em treinamentos de segurança para minimizar esses riscos.
- Benefícios e compensação: as empresas devem repensar suas ofertas de benefícios, considerando opções mais flexíveis e personalizadas que atendam às necessidades desses trabalhadores, como planos de saúde modulares e opções de trabalho remoto.
- Avaliação de desempenho: as métricas tradicionais podem não se aplicar de forma justa ou eficaz para profissionais polywork. As empresas precisam desenvolver novos métodos de avaliação que levem em conta a diversidade de atividades e o impacto geral no negócio. Focar nos resultados em vez de focar no controle.
As organizações que conseguirem adaptar suas práticas e políticas para acomodar essa tendência estarão mais bem posicionadas para atrair e reter talentos da geração Z, além de se beneficiar das novas habilidades e perspectivas que esses profissionais trazem.
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