Artesãs do Ceará produzem peças exclusivas da Marina Bitu para plataforma social da Magalu

Em Missão Velha, no Cariri cearense, as fibras das bananeiras passeiam entre os dedos das mãos habilidosas de mulheres que as entrelaçam para criar produtos artesanais. Essas artesãs foram responsáveis pela confecção da bolsa e do chapéu com design exclusivo da grife local Marina Bitu, cuja venda ocorre a partir do próximo dia 11, na plataforma Mundo Social da Magalu (MGLU3).

A parceria entre as empresas contribui com a valorização da cultura regional e com a sustentabilidade, além de gerar renda para 10 cearenses integrantes do projeto Fibrarte. A marca repassa cerca de 45% do valor da comercialização dos produtos para as artesãs. 

“Abriu portas para a gente. Todas nós somos mães, e poder ter essa visibilidade e recurso para complementar o orçamento da nossa família é algo muito importante”, relata a artesã Cicera Ribeiro, de 46 anos. 
Cicera Ribeiro
Artesã da Fibrarte, em Missão Velha, no Ceará

Também será uma oportunidade para consumidores de menor poder aquisitivo comprarem um item da Marina Bitu. A bolsa é vendida por até R$ 179, enquanto o chapéu por R$ 359. Os valores ainda são inacessíveis para grande parte da população, mas já atinge um público mais diverso. 

Segundo a responsável pelo Mundo Social Magalu e especialista em diversidade e inclusão e responsabilidade social, Raíssa Aryadne, a varejista buscará estratégias para tornar os produtos mais acessíveis. 

“Sabemos desse ticket médio mais elevado e usaremos nossos meios comerciais para facilitar, com toda a parte promocional do time, como cupons de desconto, parcelamento em mais vezes e sem juros”, afirmou, durante coletiva de imprensa nessa segunda-feira (2), em Fortaleza. Conforme Raíssa, essa será a primeira marca do Ceará a vender na plataforma. 
Raíssa Aryadne
Responsável pelo Mundo Social Magalu e especialista em diversidade e inclusão e responsabilidade social

A sócia da Marina Bitu, Cecília Baima, explica que a composição do custo engloba uma remuneração justa para as artesãs.

“Há maior valor agregado porque pagamos o preço pedido.  Elas têm todo um trabalho manual, e nós não barganhamos e não fazemos questão de baixar porque não queremos desvalorizar essas trabalhadoras”, ponderou.
Cecília Baima
Sócia da Marina Bitu

“Mas, vendo uma necessidade de proporcionar acesso à marca para mais públicos, temos criado alguns produtos, como t-shirts e outros, como está ocorrendo agora no caso dessa parceria com a Magalu”, frisou. 

Atualmente, a Marina Bitu possui loja física apenas em São Paulo. As vendas para outras localidades ocorrem pelo site. 

Conheça mais quem produz as peças 

As peças foram desenvolvidas por uma das associações parceiras da Marina Bitu, a Fibrarte, nascida em 2011 para potencializar a produção artesanal com fibra de bananeira no município de Missão Velha, no Ceará. Atualmente, a entidade tem cerca de 20 associadas. 

As peças a serem vendidas na Magalu foram feitas pelas mãos das artesãs:

  • Adriana Patrícia Leite Gonçalves;
  • Iraneide Cruz Pereira;
  • Joseane de Sousa;
  • Maria Cilda Sousa Tavares; 
  • Maria Cleide Moura;
  • Maria Margarete Carneiro Nascimento;
  • Maria Regina Furtado Neves Saraiva; 
  • Cicera Selma Ribeiro Correia;
  • Iris Maria Pereira de Oliveira;
  • Patrícia Rodrigues Inácio De Lima.

Produtos com a cara do Ceará 

A bolsa “minaudiere” e um chapéu estilo "bucket" são feitos a partir dos troncos secos das bananeiras por meio de um processo 100% manual, reaproveitando o que seria descartado. 

A matéria-prima foi trabalhada com técnica de crochê e leve acabamento impermeável para otimizar a durabilidade e qualidade das peças. Veja:

 

Fundada em 2017, a Marina Bitu foca na preservação e valorização das culturas brasileira e nordestina através do design, das matérias-primas e mão de obra local.  A marca é conhecida pelas referências regionais e estética com plissados fluidos e românticos que remetem às sanfonas tão características do Ceará. 

 

O que é o Mundo Social e como fazer parte

O Mundo Social foi criado há quatro anos. Segundo a Magalu, o projeto busca acelerar e dar visibilidade aos negócios de impacto positivo, conectando pequenos empreendedores com consumidores conscientes. A plataforma é destinada à venda de produtos fornecidos por ONGs ou empresas.

O projeto viabiliza e profissionaliza pequenos negócios. Artesãos interessados em vender nesse canal podem acessar ao link para passar pelo crivo do projeto para saber se atende aos critérios. A taxa de operacionalização para os vendedores é de até 5%. 

 

4 pontos que você precisa saber

O que é ESG?

ESG é a sigla, em inglês, para Ambiental, Social e Governança (Environmental, Social and Governance). O conjunto de práticas visa reduzir os impactos ambientais provocados pelas empresas e desenvolver um sistema econômico justo e transparente. Por isso, pode contribuir para a descarbonização da economia, termo usado para a redução da emissão de dióxido de carbono (CO₂), principal gás responsável pelo efeito estufa. ESG surgiu em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2004, e também está atrelado aos Objetivos de Desenvolvimento da ONU.

Por que o ESG é importante para o consumidor?

O ESG é importante para toda a sociedade, considerando que o País é marcado por assimetrias socioeconômicas, herança do período colonial, escravista e de uma cultura patriarcal. Por isso, pode promover mudanças de equidade no mercado de trabalho, além de reduzir os impactos ambientais dos negócios, sobretudo em um contexto de crise climática. Compreender a importância da agenda ESG ajuda a tomar decisões de consumo baseadas em práticas ambientais e sociais, pressionando os negócios a se adequarem.

O que é a Agenda 2030?

A Agenda 2030 é um compromisso global firmado pelos 193 Estados-membro da ONU, com o objetivo de gerar desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental, considerando as prioridades de países e localidades. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são parte da Agenda 2030

O que é o Acordo de Paris?

O Acordo de Paris é um pacto internacional voltado para conter o aquecimento global, aprovado como lei doméstica por 194 países e pela União Europeia, em 2015. Pelo tratado, a meta era manter o aquecimento abaixo de 2ºC e, na medida do possível, 1,5ºC.