O Fortaleza se despediu da Libertadores de 2023. O sonho da fase de grupos chegou ao fim nesta quinta-feira (16), com derrota por 2 a 1 para o Cerro Porteño-PAR, em Assunção, no Paraguai. No saldo do exterior, o Leão acumula experiência, tira lições e tem a Copa Sul-Americana pela frente.
A missão inicial era eliminar o Deportivo Maldonado-URU e conseguir calendário internacional, o que foi conquistado. Já contra um adversário de mais camisa e tradição, o time cearense desperdiçou oportunidades, sentiu os golpes nos dois duelos e foi superado sem engatar uma reação em campo.
Para o início de temporada, diante do projeto de continuidade tricolor, o cenário é de frustração. A equipe não conseguiu brilhar em parte dos 180 minutos da decisão pela vaga, apesar do nível do elenco e do trabalho do treinador Vojvoda. O foco então será absorver o todo e seguir a crescente, com ajustes no plantel titular.
No aspecto financeiro, deixa de arrecadar US$ 3 milhões (cerca de R$ 15,7 mi) com a eliminação. Na Sula, na fase de grupos, recebe US$ 900 mil (R$ 4,7 milhões). O sorteio será no dia 27 de março.
Desperdício caro
No Castelão, aos 21 do 1º tempo, Thiago Galhardo perdeu um pênalti. No Paraguai, aos 5 da etapa inicial, o atacante parou em Jean após finalização na grande área. Nos dois casos, lances que poderiam reescrever a história dos duelos, exemplos de momentos chaves das partidas. Assim, o desperdício custou caro.
No exterior, inclusive, encerrou a partida com mais arremates. Novamente, o goleiro Jean teve grande atuação, mas o volume não se refletiu em qualidade no acabamento do último terço, enquanto o Cerro foi cirúrgico e letal. O desconto ocorreu nos acréscimos, com passe de Júnior Santos e gol de Guilherme, aos 47.
Em 2023, o Fortaleza não conseguiu reverter nenhum placar. O poder de reação, de sequência de intensidade, ainda não apareceu, e isso reflete na força mental, no foco e na organização tática para a virada - o que falta ao Fortaleza, junto de maior consistência defensiva.
Foco na Sul-Americana
A Sul-Americana é o caminho do Fortaleza agora. A competição é tecnicamente inferior que a Libertadores, mas tem uma fase de grupos em que apenas um time se classifica ao mata-mata, além de cenários adversos de gramado e altitude, como os encarados pelo Ceará durante o ano de 2022.
No fim, é um torneio diferente. Para bagagem internacional, o avanço é fundamental. E pelo investimento feito no elenco, com estrangeiros do mercado sul-americano, o Leão chega com a missão de superar a 1ª campanha na Sula, de 2020, e ainda chegar longe no torneio.
Os brasileiros na competição são: América-MG, Botafogo, Goiás, RB Bragantino, Santos e São Paulo. O tricolor paulista, inclusive, é o atual vice-campeão, superado pelo Independiente Del Valle-EQU na final.