Entenda o novo acordo entre Ceará, Fortaleza e o Governo para gerir a Arena Castelão

Parceria segue para 2020, mas sofreu mudanças nas responsabilidades dos clubes. Custo mensal do estádio é R$ 700 mil

Uma parceria antiga, com novos moldes. Como antecipado pelo Diário do Nordeste, a Arena Castelão seguirá administrada pelas diretorias de Ceará, Fortaleza e o Governo do Estado em 2020. O acordo foi selado na quinta-feira (30), em reunião no Palácio da Abolição com o governador Camilo Santana, além de Robinson de Castro e Marcelo Paz, presidentes de Vovô e Leão, respectivamente.

A gestão é compartilhada e mantém uma estrutura formada na última temporada, mas com maior carga de responsabilidade aos clubes. Como o equipamento pertence ao poder público, o objetivo da Secretaria de Esporte e Juventude (Sejuv) é de diminuir os gastos com manutenção.

Para o ano, a projeção mensal de manutenção do estádio é R$ 700 mil (inclui energia, reparo na grama, limpeza, água e outros tributos). A cota está dentro de uma margem de segurança que contempla os períodos com mais partidas - sempre contabilizando apenas o calendário oficial.

Isso é tudo quitado pelo Governo, que concede o equipamento aos clubes no dia do jogo. Em tese, a proposta, então paliativa após o fim da concessão público-privada da empresa LuArena, era a seguinte:

  • Clube mandante explora o estádio de forma plena (bares, estacionamentos, camarotes e venda de bebidas alcoólicas).
  • Administração vale apenas para o dia do evento
  • Um percentual de 13% da receita bruta arrecadada no borderô é repassada ao Governo
  • Qualquer dano no equipamento é pago através do Documento de Arrecadação Estadual (DAE), que devolvia dinheiro aos cofres públicos sem garantia de retorno ao estádio.

Nos trâmites listados, a Arena Castelão não apresentava um equilíbrio financeiro suficiente para o Governo, ou seja, a parceria deu prejuízo aos cofres públicos. O reajuste vinha sendo estudado por Rogério Pinheiro, secretário da Sejuv, desde o meio do ano passado e foi aprovado com:

  • Clube mandante explora o estádio de forma plena (bares, estacionamentos, camarotes e venda de bebidas alcoólicas).
  • Administração vale apenas para o dia do evento
  • Uma cota fixa cobrada a depender do público total do jogo (se for até 30 mil paga diferente de 50 mil, por exemplo).
  • Qualquer dano no equipamento é responsabilidade do mandante, que deve repor imediatamente a estrutura e negociar a instalação no estádio (o que acelera a reposição de cadeiras).

Dessa forma, todos seguem se beneficiando do equipamento, principalmente o torcedor. Hoje, a capacidade da Arena Castelão é de 56 mil lugares - quatro mil assentos foram custeados por Ceará e Fortaleza, em investimento de R$ 1,4 milhão.

Até julho, a projeção é de capacidade máxima, com 63.903 espectadores. O processo de licitação foi aprovado e abre na primeira semana de fevereiro. Essa reposição é custeada pelo Governo e ocorre como tentativa de fazer da Capital um espaço mais recorrente para os jogos da Seleção Brasileira.

Em tempo I: os valores para o teto de público da Arena Castelão ainda serão definidos. Até lá, os clubes seguem pagando 13% da receita bruta. Expectativa é que esteja valendo durante Série A do Campeonato Brasileiro.

Em tempo II: o gramado da Arena Castelão foi completamente trocado, incluindo o sintético que fica ao redor do campo de jogo. O reparo custou R$ 1.551.000,00.

Em tempo III: O Governo também patrocina Ceará e Fortaleza. O montante será acordado em nova reunião, mas deve ser próximo de R$ 2 milhões para cada. 

Parceria social

Dentro do acordo, uma diretriz imposta pelo Governo do Estado foi a contribuição de Ceará e Fortaleza no fomento do esporte na juventude. A proposta é que Vovô e Leão atuem em 10 areninhas cada, inicialmente apenas na Capital.

Os times serão responsáveis por fornecer uniformes e educadores físicos para auxiliar os espaços públicos. Ao longo do ano, há a projeção de que a parceria chegue no interior - iniciativa que fortalece a própria marca dos times.

As areninhas estão passando por processo de análise para receber o aporte. Uma medida paralela, não concretizada, é ter serviços de base de Ceará e Fortaleza nas Vilas Olímpicas. O plano é embrionário e será desenvolvido em coletivo com as diretorias.