O nome do projeto é Educação Sustentável e está acontecendo no município de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza. Uma ideia, simples, prática, com foco voltado para educação ambiental e segurança alimentar. Os resultados foram vistos na colheita de hortaliças, legumes e verduras que celebrou a conclusão da primeira etapa do projeto desenvolvido pela Eneva, empresa brasileira integrada de geração de energia e exploração e produção de gás natural, com o apoio institucional da Secretaria de Educação e da Secretaria do Meio Ambiente de São Gonçalo do Amarante.
O projeto está beneficiando 45 famílias em situação vulnerabilidade social no município. Elas receberam alimentos que foram cultivados dentro dos colégios onde os filhos estudam utilizando técnicas de agricultura orgânica e ecológica. Alunos do Ensino Fundamental I e II que, com a ajuda de orientadores, plantaram e colheram tudo fresquinho e saboroso.
Elizabeth Teles, coordenadora de Responsabilidade Social da Eneva, diz que o projeto Educação Sustentável, que foi implantado em 23 escolas municipais de São Gonçalo do Amarante, tem como objetivo promover e estimular o debate sobre iniciativas socioambientais. O importante era engajar toda a comunidade escolar nessa primeira etapa do projeto que foi realizada com a distribuição de mudas de plantas nativas para professores, diretores das escolas, além de líderes comunitários, que também participaram de oficinas sobre como cultivar hortas orgânicas.
A próxima etapa inclui capacitações, ampliação para as comunidades e integração da horta com a alimentação escolar. “Depois da implantação da horta nas escolas e colheita dos alimentos, agora vamos iniciar a fase de oficina com professores e merendeiras. Em parceria com o Programa Cozinha Brasil, do SESI, vamos falar sobre segurança alimentar e falar sobre o aproveitamento dos alimentos nas refeições escolares”, revela Elizabeth Teles.
A ideia agora é dar continuidade às atividades neste mês dezembro para, a partir do próximo ano, realizar mais duas etapas da proposta. A terceira etapa do projeto vai ampliar as discussões sobre educação ambiental dentro da grade curricular das escolas. A quarta etapa prevê o envolvimento das famílias dos alunos e as comunidades. “No ambiente escolar, projetos como esse possuem uma grande importância visto que desde cedo as crianças aprendem a lidar com o desenvolvimento sustentável. Com isso, as crianças aprendem valores sociais, desenvolvem habilidades, competências e aprimoram seus conhecimentos”, completa a coordenadora de Responsabilidade Social da Eneva.
Hoje, o projeto Educação Sustentável tem obtido resultados satisfatórios em 95 comunidades nos estados do Ceará e Maranhão, através de hortas escolares, com atividades voltadas para qualidade ambiental, conservação do meio ambiente, reaproveitamento de alimentos, e agora, segurança alimentar.
Horta escolar também em Fortaleza
Em 2020, um projeto de pesquisa na Horta Escolar, foi elaborado para trabalhar com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, disciplina de Ciências, da EM Washington Soares da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental da EM Mattos Dourado, Distrito de Educação 2, da Secretaria Municipal da Educação da Prefeitura de Fortaleza, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará.
As oficinas foram realizadas na EM Mattos Dourado, que já possui infraestrutura adequada para implantação da horta orgânica como canteiros, composteira, minhocário, kit de ferramentas e sistema de água para irrigação com o apoio do Laboratório de Frutos e Hortaliças da UFC.
“O projeto foi concebido com a finalidade de intervir na cultura alimentar e nutricional dos escolares na faixa etária de 4 a 12 anos, com base no entendimento de que é possível promover a educação integral de crianças e jovens de escolas e comunidades do seu entorno, por meio das hortas escolares incorporando a alimentação nutritiva, saudável e ambientalmente sustentável como eixo gerador da prática pedagógica”, diz o engenheiro agrônomo José Silveira filho, idealizador do projeto que surgiu em 2008, quando ele foi convidado pelo Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal da Educação da Prefeitura de Fortaleza, para coordenar o Projeto Hortas Escolares, em parceria com o Departamento de Fitotecnia, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará.
O professor Silveira, como é conhecido entre os colegas de profissão e entre os membros da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Ceará, diz que com uma pequena horta escolar é possível melhorar a educação dos alunos, mediante uma aprendizagem ativa e integrada a um plano de estudos de conhecimentos teóricos e práticos sobre diversos conteúdos. É possível utilizar a experiência agroecológica como laboratório vivo no ensino de Ciências. Além disso, é possível produzir verduras e legumes frescos e sadios a baixo custo.
“Com as hortas escolares proporcionamos aos estudantes experiências de práticas ecológicas para a produção de alimentos, de tal forma, que eles podem transmiti-las a seus familiares e consequentemente, aplicá-las em hortas caseiras ou comunitárias e, sobretudo, melhorar a nutrição dos educandos, complementando os programas de merenda escolar com alimentos frescos, ricos em nutrientes e sem contaminação por agrotóxicos”, completa o engenheiro agrônomo.