Por um Brasil e um Ceará sem fome

No Ceará, 2,4 milhões de habitantes (26,3% da população local) não tinham o que comer, em 2022

A volta do Brasil ao Mapa da Fome foi uma das mais drásticas consequências do desmonte de políticas públicas promovido nos últimos seis anos. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), em 2022, 33,1 milhões de brasileiros passavam fome, e seis em cada dez brasileiros (58,7% da população) conviviam com algum grau de insegurança alimentar.

Esse quadro dramático instalou-se apenas oito anos após o Brasil sair do Mapa da Fome da ONU, em 2014, depois de reduzir em 82% a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação, de acordo com relatório das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O reconhecimento internacional foi resultado de políticas públicas adotadas pelos governos Lula e Dilma.

No Ceará, 2,4 milhões de habitantes (26,3% da população local) não tinham o que comer, em 2022. Em números absolutos, somos o quarto estado com maior contingente de pessoas nessa calamidade, um quadro que resulta da desigualdade social e econômica estrutural. A fome no nosso território tem a cara das mulheres, mães, pretas, com crianças menores de 10 anos, trabalhando em todo tipo de atividade informal para amenizar a necessidade de comer.
Como deputada estadual, propusemos a criação do Programa de Desenvolvimento Econômico e Social de Combate à Pobreza, com o objetivo de combater as desigualdades sociais, fomentar o desenvolvimento econômico e social das comunidades, estabelecer meios de minimização da pobreza e, ainda, incrementar a geração de emprego e renda.

Propusemos a criação do Programa de Combate ao Desperdício de Alimentos, pois o Brasil é o décimo país do mundo que mais desperdiça alimentos que poderiam ser usados para saciar a fome das pessoas. Propusemos, ainda, a criação do Programa Estadual de Agricultura Urbana, para produzir alimentos na cidade e garantir a distribuição a quem precisa.

É doloroso e incomoda falar sobre a fome, justamente por isso, precisamos abordar essa temática de forma séria e comprometida com as responsabilidades do Estado, da sociedade e todos os cidadãos que desejam uma vida justa, sem desigualdades, discriminações, violências e violações. Assim, reafirmamos nosso compromisso no combate à fome.