Os próximos quatro anos na Cultura

Existe a ideia que a Cultura é a cereja do bolo confeitado no fim da sobremesa de alguém diabético — o supérfluo do supérfluo, a resvalar com o inútil. Isso se mostra em atitudes governamentais. No caso de Fortaleza, muitas vezes nem a Lei 9.989/2012, que destina um por cento do orçamento para a Secretaria da Cultura, é cumprida. Elaborei sugestões para a Cultura, já enviadas ao Prefeito eleito José Sarto e a seu vice Élcio Batista. Simples e baratas, com impacto no bem-estar e na atividade econômica da cidade.

Ocupar os espaços públicos com Cultura — um programa de eventos culturais regulares em praças e calçadões, como grupos de jazz, ou de forró pé de serra, ou de esquetes teatrais, ou de dança moderna ou clássica. As praças seriam mais seguras e a infância e a terceira idade poderiam se distrair (já previsto na Lei Complementar 54/2007); Regulamentar as Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Paisagístico, Histórico, Cultural e Arqueológico (ZEPHs) — a Lei Complementar 62/2009 criou seis ZEPHs, no Centro; Parangaba; Alagadiço Novo / José de Alencar; Benfica; Parangabuçu; e Praia de Iracema. Estas nunca saíram do papel, sendo urgente sua regulamentação; realizar o Festival José de Alencar – Alencar fez uma obra adaptável a diversas linguagens. A pequena cidade alemã de Bayreuth ganhou fama e fortuna com um festival do compositor Wagner. Fortaleza pode fazer o mesmo com o Festival José de Alencar, atraindo artistas do País inteiro para mostrar seus filmes, músicas e o que mais baseados na obra alencarina; alocar ao menos um por cento do orçamento municipal para a Cultura – conforme a Lei; preencher os quadros funcionais da Secultfor por concurso público. 

Cultura não é cereja, muito menos cereja de bolo supérfluo. Essas ações da Prefeitura de Fortaleza nos próximos quatro anos poderão fazer uma Fortaleza melhor.

Paulo Avelino

Administrador