Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), corrupção é uma das questões mais danosas do nosso tempo. Destrói recursos públicos, amplia desigualdades econômicas e sociais prolongando a desigualdade e pobreza, potencializa a polarização política, e reduz a confiança nas instituições, impactando as relações e prejudicando oportunidades na vida social, econômica e política.
Uma estimativa da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE) aponta que as organizações em todo o mundo perdem cerca de 5% do faturamento devido a fraudes. Estudo da consultoria EY, chamado "Integridade em destaque", mostra que embora tenham melhorias em alguns países, a fraude e a corrupção não diminuíram globalmente.
Apesar do cenário perverso que a corrupção representa, podemos perceber nos últimos anos que ações empresariais, e sobretudo governamentais, têm procurado o caminho da integridade, adotado em projetos de reformulação das estruturas de governança de empresas privadas e públicas.
O estudo da EY ainda indaga: "Por que integridade e por que agora?". É que os benefícios da demonstração da integridade organizacional vão além da prevenção de penalidades e podem realmente melhorar o desempenho dos negócios, pois fazer a coisa errada é uma oportunidade perdida de fazer a coisa certa.
O Movimento Empresarial pela Integridade e Transparência, organizado pelo Instituto Ethos; o prêmio Pró-Ética, promovido pela Controladoria Geral da União; e o Pacto Global da Organização das Nações Unidas são institutos que promovem o fortalecimento da prevenção e do combate à corrupção no Brasil.
Percebemos então que o programa de integridade tem como premissas medidas anticorrupção que podem ser adotadas por qualquer empresa, especialmente por aquelas que visam à prevenção, detecção e remediação dos atos antiéticos.
Roque de Moraes Martins
Diretor financeiro e de controle do Instituto Nordeste Cidadania