Certa vez, lendo um texto de Otto Lara Resende, observei a seguinte citação: “O mundo está em cólicas”. Com isso, quis ele mostrar os desencontros e conflitos existentes no planeta. Não estou lembrando a data, mas creio que a referida citação foi feita antes do Consenso de Washington, no início dos anos 90, quando se fortaleceu a tese da globalização inserida neoliberalismo.
Daí em diante várias reuniões foram realizadas, principalmente envolvendo os chamados países ricos (G-7) e a Rússia, por possuir um arsenal nuclear significativo. Com certeza, sem querer ser pessimista, o mundo continuará com grandes desigualdades, conforme relatórios da Organização das Nações Unidas e de outras entidades internacionais.
Quais seriam então os princípios básicos para que se possa alcançar um mundo melhor? A pergunta não é de fácil resposta; bastante complexa, todavia tomamos a liberdade de apontar quatro pontos substanciais: democracia, espiritualidade, respeito aos direitos humanos e paz. Reconhecendo o elevado grau de utopia, precisa-se ter esperança. São conceitos interdependentes e necessitam ser observados dentro de um contexto sistêmico, permitindo assim o surgimento de uma sociedade dos cidadãos, isto é, da cidadania. Sem dúvida, a ideia democrática se opõe a ideologias opacas em que o poder é, na maioria das vezes, exercido mediante força, mídia tendenciosa e dinheiro.
Os regimes totalitários não admitem a JUSTIÇA e a LIBERDADE. A espiritualidade leva o cidadão a procurar o melhor caminho, em razão da força interior, através de meditação e de oração. A universalidade dos direitos humanos se opõe as teses e proposta dos egoístas e daqueles que não buscam a solidariedade. A paz vai de encontro à violência física e moral. Repetindo, esses quatro conceitos devem ser analisados dentro de uma abordagem sistêmica em face dos princípios interdependentes. P.S. “Um governo deve sair do povo, como a fumaça de uma fogueira”. (Monteiro Lobato)