Darwin desenhou a evolução do planeta como uma árvore, onde existe o tronco principal, as raízes e um monte de ramificações. As ramificações aconteceram em “arbustos” evolucionários. A metáfora do “arbusto do desenvolvimento” substitui a tradicional “árvore-da-vida” para ilustrar a complexidade do desenvolvimento dos seres humanos e dos organismos em geral. Enquanto a árvore sugere uma única linha evolutiva clara e ascendente, o arbusto indica uma rede mais densa e interligada de espécies e linhagens. Esse conceito, também proposto por cientistas como Stephen Jay Gould (A Vida Maravilhosa, 1989), reflete a complexidade da realidade e de um conceito de evolução não linear.
Composta de uma série de caminhos divergentes, onde diversas espécies coexistem, se ramificam e se extinguem, somente algumas se adaptam e sobrevivem. Em vez de uma linha direta de ancestralidade, há um emaranhado de linhagens que interagem e até se hibridizam. Isso reflete uma ascensão cheia de ramificações que, por vezes, se extinguem e, outras vezes, seguem até hoje.
Assim como na natureza, o que podemos aprender e observar em organizações que existem há muito tempo e continuam adaptadas aos nossos tempos e que podemos chamar de evolutivas? Empresas que existem há mais de um século de vida? O segredo da longevidade organizacional pode estar na capacidade de adaptação, na abertura para mudanças e no crescimento constante de seus processos e propósitos. As empresas que compreendem essa dinâmica tendem a se destacar e a garantir sua sobrevivência no mundo em constante transformação.
Marco Dalpozzo é professor convidado da FDC e FAAP e sócio do Grupo e*