Auxílio emergencial: 'Eu acho que vai ter prorrogação', diz Bolsonaro

Previsão do presidente é de que número de beneficiados seja menor que em 2020

Escrito por Gustavo Uribe/Folhapress ,
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Legenda: Duas propostas sugerem que o valor do auxílio emergencial volte ao patamar de R$ 600, assim como o que foi pago no ano passado
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (8), que deve prorrogar o auxílio emergencial para famílias afetadas pela pandemia do coronavírus.

Em entrevista à TV Bandeirantes, o presidente disse, porém, que o número de pessoas beneficiadas será menor que em no ano passado. Ele não explicou que critério será utilizado para estabelecer uma linha de corte. "O ministro Paulo Guedes (Economia) tem dito que, se a pandemia continuar e a economia não pegar, vamos discutir para ontem", acrescentou.

"Eu acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de R$ 600 e quatro meses de R$ 300. O endividamento chegou na casa dos R$ 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal", disse.

Bolsonaro ressaltou que grande parte da população "está com dificuldades", mas observou que, caso a prorrogação não leve em conta a responsabilidade fiscal, o preço do dólar pode chegar a R$ 6.

"Se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo a desconfiança do mercado e aumenta o valor do dólar, que passa para R$ 6. E vai impactar no preço do combustível. Fica uma bola de neve", disse.

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Mais cedo, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que discutia a prorrogação do auxilio emergencial com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni.

"Temos um cuidado muito grande com o mercado, com os investidores e com os contratos, que devem ser respeitados. Nós não podemos quebrar nada disso. Caso contrário, não teremos como garantir que realmente o Brasil será diferente lá na frente", afirmou.

No domingo (7), o jornal Folha de S.Paulo revelou que o Ministério da Economia prepara uma proposta que libera três parcelas de R$ 200, com foco nos trabalhadores informais não atendidos pelo Bolsa Família. A ideia é também estabelecer novas exigências para o recebimento do benefício.

De acordo com um membro do governo que participa da elaboração da medida, a proposta muda o nome da assistência, que deve passar a ser chamada de BIP (Bônus de Inclusão Produtiva).

Para receber o auxílio, a pessoa terá de participar de um curso para qualificação profissional. O plano também prevê que o benefício seja associado à Carteira Verde e Amarela, programa que deve ser relançado pelo governo para reduzir encargos trabalhistas e estimular a formalização de pessoas de baixa renda.

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