Voos comerciais trarão mais benefícios ao setor

Executivo da TAM disse que trabalho conjunto pode levar vantagens e fortalecer os dois mercados locais

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Apesar da aviação executiva funcionar independentemente da aviação comercial, ambas saem fortalecidas se trabalharem juntas, de acordo com o diretor de Manutenção da TAM Aviação Executiva, Ruy Amparo. “Nós temos um hangar grande e bastante espaço. Então se você tiver voos regulares não custa tanto fazer homologação para servir linhas aéreas com manutenção de linha porque a tecnologia desses jatos executivos é tão alta quanto a dos modelos da aviação comercial”.

De acordo com ele, dependendo da companhia ela pode escolher montar uma estrutura própria. “Mas do ponto de vista técnico é um apoio que a gente pode dar para que se a “airline” (linha aérea) quiser se instalar aqui ela não precisa contratar mecânicos. A gente se homologa e presta o serviço para eles”. 

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Amparo também afirma que interessa muito para a TAM AE que haja voos comerciais em Aracati por causa da cadeia logística da empresa. “Eu tenho, por exemplo, 20 voos diretos de Campinas para Belo Horizonte. Então o nosso atendimento de demanda de peças lá é muito rápido. Aqui a gente tem um estoque, mas na aviação você nunca sabe o que vai encontrar”.

Segundo ele, uma das dificuldades para a base cearense é com relação à logística. “Você tem que vir até Fortaleza e de lá vir no transporte terrestre. Você tem a dificuldade do “just in time”. Precisamos ter um estoque maior aqui e essa velocidade é importante”, destaca. 

O diretor diz que um voo comercial para o Aeroporto de Aracati traria mais velocidade neste ponto de logística. “Além disso, o pessoal das nossas bases poderia interagir mais. E a nossa cadeia de suprimentos vai ficar mais fluida. Isso nos ajudaria demais”, explica. 

“Se você tiver um voo comercial vai ser muito mais rápido para o piloto voltar para casa. Se ele for de Recife, por exemplo, e tiver um voo de lá para Aracati, ele pode passar o dia e voltar rapidamente. Isso acontece fortemente nas nossas outras bases”, acrescenta. 

De acordo com ele, um dos focos de resistência dos clientes em trazer seus aviões para a unidade de Aracati é exatamente porque o terminal ainda não tem voos regulares comerciais. “Quando ele leva para Jundiaí, ele tem Viracopos (Campinas) ali do lado”, completa.

Voos regionais

Com a aviação comercial em pleno desenvolvimento no Ceará, Amparo acredita que em breve o Aeroporto de Aracati receberá voos comerciais regulares. Além disso, ele considera o hub de Fortaleza muito importante no aspecto da aviação regional. 

“Se o projeto da aviação regional se tornar realidade e se os aviões que farão estes voos para o Interior do Estado forem por exemplo o Cessna Caravan, nós temos espaço físico e gente para fazer manutenção em nossos representados. Claro que primeiro nós vamos nos adequar e fazer a homologação junto à Anac. Mas sim, você pode ter uma sinergia que barateia o custo dos colegas da aviação comercial”. 

Planos de governo

Segundo o coronel Paulo Edson Ferreira, gerente de Obras e Instalações Aeroportuárias do Departamento Estadual de Rodovias (DER), em breve diversas cidades cearenses receberão voos regionais a partir do hub do Aeroporto de Fortaleza. Aracati inclusive está nos planos do governo e das companhias aéreas, principalmente a Gol Linhas Aéreas e a TWO Flex.

“A TWO está no processo final de certificação. Ela vai complementar os voos regionais da Gol aqui no Estado. Ainda com relação à Aracati, nós estamos trabalhando a finalização da certificação para a operação de voos comerciais como já ocorre no Aeroporto de Jericoacoara. A nossa intenção é até julho deste ano a gente ter esta certificação”, diz. 

Ainda segundo ele, em julho haverá um voo semanal entre São Paulo e Aracati. A operação seria uma parceria entre a Gol e a empresa CVC. 

“A ideia é chegar a três entradas por semana até o fim do ano. Deverá operar o Boeing 737-700 porque a pista de Aracati tem somente 30 metros de largura. Para ser o 800 só a partir de 45 metros. Se a Azul entrar vai operar o Embraer 195, mas com ela nós ainda estamos negociando”, acrescenta o coronel. (HRN)