Em discussão no Governo Federal, a possibilidade de retorno do horário de verão — quando todos os relógios são adiantados uma hora — tem gerado uma série de questionamentos, inclusive, sobre por que a medida para a redução do consumo de energia elétrica foi suspensa no Brasil se é tão necessária.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, devido às mudanças nos hábitos de consumo de energia da população brasileira nos últimos anos, deslocando o maior consumo diário de energia para o período da tarde, o horário de verão "deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrica".
Essa decisão foi embasada em estudos que analisam os hábitos de consumo e a configuração sistêmica do setor elétrico brasileiro.
À época, antes de ser encerrado no País, o horário de verão era aplicado nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Estados do Norte e do Nordeste não integravam mais a medida porque percebeu-se que ela era mais eficaz nas regiões mais distantes da Linha do Equador, onde a diferença na luminosidade do dia entre o verão e o inverno é mais significativa.
Segurança energética
No último dia 16, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comentou que a pasta deveria, "muito provavelmente", propor à Casa Civil o retorno do horário de verão. O motivo, segundo ele, era para garantir a segurança energética do País, aliviando a demanda em horário de pico, e gerar impacto positivo em áreas como comércio e turismo.
Na última quinta (19), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou a retomada da medida do País, afirmando que pode gerar uma economia de R$ 400 milhões entre outubro deste ano e fevereiro de 2025, além de reduzir a utilização de termelétricas.