Oito vezes por ano, ou a cada 45 dias, atualmente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir os rumos da economia e da taxa Selic. Mas o que é a Selic e por que ela é tão importante no País?
A taxa Selic é considerada um dos elementos balizadores da economia brasileira, por ser a taxa básica de juros no País. Ela ajuda a definir quanto as pessoas irão receber em investimentos de renda fixa, valores cobrados em empréstimos, os preços dos produtos e até o preço do dinheiro.
Na última quarta-feira (4), o Copom voltou a elevar a taxa Selic, em 1,00 ponto porcentual, de 4,25% para 5,25% ao ano.
O que é a taxa Selic?
A Selic, que recebe o nome por conta do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do Banco Central, é definida pela taxa média registrada nas operações feitas diariamente nesse sistema.
A lista de operações inclui empréstimos de curto prazo, com vencimento de apenas um dia, entre instituições financeiras, como bancos, que usam os títulos públicos federais como garantias.
O valor médio desses negócios, calculado diariamente, é chamado de "Selic efetiva", sendo um dado empírico baseado em tudo que está sendo praticado no mercado.
Como ficam os rendimentos da poupança?
Com a alta da Selic para 5,25% ao ano, a caderneta de poupança passará a render 0,30% ao mês e 3,68% ao ano, apontam cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
Controle pelo Banco Central
Mas a cada 45 dias, o Copom se reúne e definir metas para a Selic durante um período, geralmente até o fim do ano, mas que vai sendo reajustado a partir de cada cenário da economia.
Mas se a Selic é definida pelas operações entre instituições financeiras, como o Banco atua para controlar as flutuações da taxa?
Para atuar no mercado, o Banco central pode atuar de várias formas, reduzindo ou aumentando o número de títulos públicos em oferta, o que ajuda a reduzir ou elevar o patamar dos juros no País.
Essas operações servem para controlar os juros em relação à inflação, que mostra quanto os produtos estão ficando mais caros ou mais baratos.
Ao alterar o volume de títulos ou até do dinheiro circulando na economia, o Banco muda a dinâmica afetando a Selic e mantendo-a na meta.
Por exemplo, se há mais recursos na economia, maior a tendência das pessoas consumirem, o que aumenta a demanda por produtos, e consequentemente gerando uma alta de preços.
Ao fazer uma operação contrária, e projetar um aumento da taxa de juros, a tendência é de que as pessoas consumam menos, o que gera menor demanda e queda de preços.
Impacto nos investimentos
Para o investidor individual, é preciso estar muito atento às flutuações da Selic, pois ela que define o rendimento de muitos títulos públicos ou outras opções de renda fixa. Ainda há a taxa do CDI, definida sempre em um patamar levemente abaixo da taxa básica de juros.
Então se a Selic sobe, a tendência é que os rendimentos desses investimentos também subam. E o contrário também é verdadeiro.
Em momentos em que a Selic está em um patamar baixo, muitos investidores acabam recorrendo ao mercado de renda variável, como compra e venda de ações, para garantir retornos maiores, mas com maior risco.
No entanto, na hora de se considerar um investimento em renda fixa, é preciso considerar, também, a taxa de inflação no País, para garantir que os ganhos financeiros da aplicação não estão sendo superados pela elação de custos na economia.