O setor produtivo espera que a reabertura gradual da economia ocorra na primeira semana de junho. Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), André Montenegro, os estudos e os protocolos de segurança já foram feitos e entregues ao governador Camilo Santana.
“O governador tem que vir com a janela de abertura já definida. Nós esperamos que volte imediatamente depois do dia 31 (de maio). A nossa esperança era retomar parcialmente a partir de hoje, mas infelizmente o decreto foi prorrogado”.
De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio), Maurício Filizola, a prorrogação do decreto já era esperada pelo setor produtivo. Mas ele ressalta que há indicativos para a reabertura.
“Tem algo nisso tudo que é positivo, porque já há uma sinalização para o retorno do comércio. Os números estão se estabilizando e isso é um dos indicativos para a retomada das atividades. Creio que essa primeira flexibilização é esperada na primeira quinzena de junho. É o que nós aguardamos. Eu sei que vai ser de uma forma diferente, com cuidados devidos”, explica.
Patriolino Dias de Sousa, presidente do Sinduscon, diz que a prorrogação deveria ter sido anunciada com a data da reabertura. “Registro o reconhecimento do poder público, mas nos sentimos um pouco frustrados por não trazer uma data da reabertura. Dava para ter essa sinalização”.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Ceará (SindConfecções-CE), Elano Guilherme, já esperava a renovação. Em balanço realizado junto aos associados, a entidade constatou que 94% das empresas estão faturando apenas de 0% a 10% do registrado anteriormente à crise do novo coronavírus.
Elano ainda revelou que 35% das indústrias não conseguiriam reabrir as portas mesmo se o decreto a ser publicado nesta quarta-feira (20) autorizasse.
"É um impacto gigantesco. Sem falar nas demissões. Temos recebido depoimentos de empresas com mais de 40 anos demitindo, sem nem mesmo usar a suspensão dos contratos. Estamos tendo que repensar toda a operação", lamenta sobre o período de isolamento social que os mantém de portas fechadas