Setor de serviços cresce 7,2% no CE

O resultado positivo do Estado está acima do verificado no País, que foi de apenas 1,6%, em janeiro deste ano

São Paulo/Fortaleza. Mais uma vez, o Ceará apresentou um avanço significativo no setor de serviços, registrando, pelo terceiro mês consecutivo, a segunda maior alta entre todas as unidades da Federação. Em janeiro, o setor teve crescimento de 7,2% ante igual período de 2014. O avanço só não foi maior que o apurado no Rio Grande do Norte (9,2%), de acordo com dados divulgados ontem (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o Estado apresenta alta de 7,9%. Os serviços prestados às famílias tiveram aumento de 16,9%, enquanto os serviços de informação a comunicação registraram queda de 6,4%, em relação a igual período de 2014.

O resultado verificado em janeiro deste ano, no Estado, também está acima da média nacional (1,6%), conforme dados do IBGE. O percentual registrado no País, é o menor valor da série, iniciada em janeiro de 2012. Em dezembro, o avanço havia sido de 4% e em novembro, de 3,7%. Pelos dados do IBGE, o índice acumulado em 12 meses aponta expansão de 5,4%.

Nacional

Enquanto o Ceará cresceu pelo terceiro mês seguido, o resultado foi bem mais modesto nos locais com peso maior na pesquisa, como Rio de Janeiro (2,5%), Minas Gerais (2,0%) e Distrito Federal (2,8%). Em São Paulo, que responde por quase um terço da pesquisa, a alta foi de apenas 0,4%. O Estado foi atingido pelo corte de gastos de empresas privadas. "São Paulo é o Estado que tem a maior concentração empresarial, e é por isso mesmo que tem o maior peso dentro do setor de serviços. Então as maiores empresas que justamente reduziram essa contratação de serviços estão em São Paulo", justificou Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Os estados com retração nos serviços em janeiro deste ano foram Alagoas (-7,4%), Amapá (-4,7%), Roraima (-4,1%), Piauí (-3,2%), Sergipe (-3,1%), Acre (-1,6%) Maranhão (-0,8%) e Paraíba (-0,3%). O Amazonas não apresentou variação em janeiro de 2015 em relação a janeiro do ano passado.

Ritmo

Segundo analistas, o faturamento real do setor já mostra uma expansão menor do que a inflação, que, em 12 meses, está na faixa de 6,7%. Para 2015, é esperada uma desaceleração do consumo e dos preços dos serviços, pois muitos não são essenciais.

Essa freada é reflexo da própria inflação mais alta (prevista para 8% neste ano), o que corrói a renda das famílias e as faz focar suas despesas em bens e serviços mais essenciais, como alimentação, transporte e outros.

Segmentos

Apesar da freada esperada, os serviços prestados às famílias ainda registraram crescimento de 8,6% no País e evitaram um desempenho pior em janeiro - o ramo agrupa restaurantes, hotéis, bares e outros.

Tiveram resultados mais modestos os ramos de serviços profissionais, administrativos e complementares (alta de 5,3%) e transportes e serviços auxiliares dos transportes e correio (2,2%). Já os serviços de informação e comunicação registraram queda de 2,5%.

A pesquisa do IBGE engloba atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores da saúde, educação, administração pública e aluguel.