O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta quarta-feira (25) que o rebaixamento da nota da Petrobras pela Moody's teve influência da operação Lava Jato e traz um alerta ao governo de que a questão fiscal é prioritária para se afastar o "risco país".
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff disse que o rebaixamento da nota da Petrobras ocorreu por falta de conhecimento sobre o que ocorre na estatal.
"O rebaixamento do rating da Petrobras aconteceu diante do cenário que nós todos conhecemos com relação as apurações da [operação] Lava Jato e todas as questões que estão ai", afirmou Braga.
"É uma alerta para todos. Inclusive governo e Congresso Nacional de que a questão fiscal não só é importante, necessária, mais prioritária para que o Brasil possa afastar definitivamente o risco país. Precisamos ficar bastante atentos", completou.
Braga defendeu o ajuste fiscal, o chamado "realismo tarifário" da energia elétrica -que sofrerá dois reajustes neste ano, além dos possíveis aumentos mensais trazidos pelo sistema de bandeiras tarifárias.
"Tudo isso mostra mercado, agências e analistas como o governo está encarando com a seriedade necessária o novo momento econômico mundial e brasileiro." O ministro destacou, porém, que o rebaixamento não significa, necessariamente, o cancelamento dos leilões de petróleo deste ano (incluindo o pré-sal).
A medida, porém, traz uma "dificuldade" adicional para a empresa que necessitará de uma ação planejada e estratégica não só da direção da Petrobras, mas do governo como um todo, incluindo o próprio Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Fazenda.
"Não há dúvida de que esse é um desafio adicional. Teremos agora a questão do balanço da Petrobras que é um passo importante na direção de vencer esses desafios."
Nesta terça-feira (24), a agência de classificação de riscos Moody's rebaixou em dois graus a nota da maior estatal brasileira, levando à perda do chamado grau de investimento, espécie de selo das empresas que são seguras para se investir.