A prometida e temida invasão russa à Ucrânia ocorreu, na madrugada desta quinta-feira (24), com uma enxurrada de mísseis contra o país. Para além da tragédia humanitária, as consequências desse conflito respigam imediatamente sobre a economia.
Pela primeira vez em sete anos, o preço do barril do petróleo do tipo Brent — referência global — voltou ao patamar de US$ 100. Como isso afetará a vida das pessoas no Brasil e no Ceará? Diretamente no bolso.
O economista, professor da Universidade de Fortaleza (Unifor) e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon), Ricardo Eleutério, explica que haverá uma pressão inflacionária, a ser sentida com mais velocidade no custo da gasolina e do diesel.
“A formação do preço do combustível tem dois componentes: o preço do barril no mercado internacional e o do dólar”, observa. Eleutério pondera que o impacto não será maior devido ao recente derretimento da moeda norte-americana.
A depender de como esse conflito seguirá nos próximos dias, observa, a tensão pode mudar o comportamento do mercado doméstico e reverter o cenário, fazendo com que o dólar volte a subir, mas a bolsa caia.
Outro ponto, acrescenta, é que o petróleo do tipo Brent também pressiona o preço das commodities. Isso significa que também ficarão mais caros os produtos feitos com trigo, por exemplo, como pães e biscoitos.
“Se a inflação aumenta, o Banco Central tem de intensificar as taxas de juros. E esse é um remédio amargo. Atinge o consumo, o crédito fica mais caro, inibe o mercado imobiliário e o emprego”, enumera. “Se a economia do Brasil não já está bem, esse conflito realimenta os problemas mais ainda”, conclui.
Por volta das 7h45 (horário de Brasília) de hoje, o barril do petróleo Brent subiu 8,5%, passando para US$ 105,08.
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