O comitê de retomada ainda não revelou detalhes do novo plano de reabertura gradual da economia - agora prevista para a próxima semana - no Estado. No primeiro lockdown, a retomada teve um período de transição e outras quatro etapas, totalizando cinco fases.
Apesar da grande expectativa de algumas atividades para o fim do isolamento social rígido a partir desta segunda-feira (5), o governador Camilo Santana anunciou ontem (4) que a flexibilização só deve ocorrer a partir do próximo dia 12 de abril. De acordo com o comitê de retomada, cerca de 80% das atividades econômicas estão com operação presencial, apesar do lockdown.
Relembre como foi realizada a reabertura da economia em 2020:
Fase de transição (1º de junho de 2020):
- Indústria química e correlatos;
- Artigos de couro e calçados;
- Indústria metalmecânica e afins;
- Saneamento e reciclagem;
- Energia;
- Cadeia da construção civil;
- têxteis e roupas;
- Comunicação, publicidade e editoração;
- Indústria e serviços de apoio;
- Artigos do lar;
- Agropecuária;
- Móveis e madeira;
- Tecnologia da informação;
- Logística e transporte;
- Automotiva;
- Cadeia da saúde;
- Esporte, cultura e lazer (esporte relacionado aos treinos de atletas dos clubes de futebol participantes da fase final do Campeonato Cearense).
Na fase de transição, estavam previstas 17 atividades da economia cearense. Apenas a cadeia da saúde estava liberada com 100% dos trabalhadores atuando presencialmente. A indústria química e a construção civil, por exemplo, estavam liberadas com 30% dos colaboradores trabalhando presencialmente.
Fase 1 (8 de junho de 2020)
Na fase 1 permaneceram as atividades da indústria liberadas na fase de transição do plano, porém todas com 40% do efetivo de trabalhadores. Além disso, começou a ser liberado o comércio de outros produtos (na transição podia funcionar apenas o comércio médico e ortopédico, óticas, podologia e terapia ocupacional).
Ficou autorizado, por exemplo, o funcionamento presencial do comércio de bicicletas, livros e revistas, papelaria, saneantes, brechós, doces e caixões.
Fase 2 (22 de junho de 2020)
Na fase 2, indústria química e de correlatos, artigos de couro e calçados, cadeia metalmecânica e afins, saneamento e reciclagem, cadeia de energia elétrica e cadeia da construção passaram a ter funcionamento pleno, com 100% da operação liberada para ocorrer presencialmente.
Serviços de assistência social (40% dos trabalhadores), atividades religiosas (20%) e alimentação fora do lar (40%) começaram a ser liberadas com algumas restrições.
Fase 3 (6 de julho de 2020)
Na terceira fase do primeiro Plano de Retomada das Atividades Econômicas e Comportamentais, alimentação fora do lar e atividades religiosas tiveram ampliação do efetivo de trabalhadores presenciais permitido para 50%.
Algumas cadeias liberadas nas fases anteriores também passaram a ter funcionamento pleno, a exemplo da agropecuária, moveleira, dos artigos do lar, têxteis e roupas, logística e transporte, entre outras.
Fase 4 (20 de julho de 2020)
Fortaleza avançou para a fase 4 do plano na segunda metade de julho.
Contudo, algumas atividades econômicas que estavam previstas para esta etapa em Fortaleza foram adiadas, como aulas presenciais; academias; cinemas; bares e eventos.
O Ceará não passou pelo faseamento do plano de retomada de maneira uniforme, já que algumas regiões do Estado apresentavam índices de contaminação e de mortalidade em decorrência da Covid-19 maiores que em Fortaleza. É o que foi observado na região do Cariri.
Novo plano
Em entrevista ao Sistema Verdes Mares na manhã desta segunda-feira, o secretário executivo de Planejamento e Gestão e coordenador do comitê de retomada, Flávio Ataliba, pontuou que a experiência do ano passado será muito importante na definição do novo projeto de reabertura da economia, mas que a ideia de um plano dividido em fases ainda será discutida ao longo desta semana entre setores e governo.
“Claro que a situação atual é um pouco diferente da do ano passado, porque lá nós tínhamos praticamente toda a economia fechada, inclusive a indústria. Agora, não. Nosso ponto de partida é bem melhor”, diz Ataliba, lembrando que indústria e comércio da área de construção civil estão funcionando, entre outras áreas.
“Isso nos dá algo entre 80% a 85% (da economia funcionando). Então o nosso ponto de partida é bem melhor. Por outro lado, há uma perspectiva também muito positiva pelo avanço da vacinação, então esse cenário é muito mais confiante e consegue nos dar muito mais previsibilidade em relação ao encaminhamento do plano”, diz o coordenador do comitê de retomada.
Confira o que já está autorizado até o fim desta semana:
- Indústria
- Construção civil
- Serviços de órgãos de imprensa e meios de comunicação e telecomunicação em geral
- Call center;
- Estabelecimentos médicos, odontológicos para serviços de emergência, hospitalares, laboratórios de análises clínicas, farmacêuticos, clínicas de fisioterapia e de vacinação;
- Serviços de “drive thru” em lanchonetes e estabelecimentos congêneres;
- Lojas de conveniências de postos de combustíveis, vedado o atendimento a clientes para lanches ou refeição no local;
- Lojas de departamento que possuam, comprovadamente, setores destinados à venda de produtos alimentícios;
- Comércio de material de construção;
- Empresas de serviços de manutenção de elevadores;
- Correios;
- Distribuidoras e revendedoras de água e gás;
- Empresas da área de logística;
- Distribuidores de energia elétrica, serviços de telecomunicações;
- Segurança privada;
- Postos de combustíveis;
- Funerárias;
- Estabelecimentos bancários;
- Lotéricas;
- Padarias, vedado o consumo interno;
- Clínicas veterinárias;
- Lojas de produtos para animais;
- Lavanderias; e supermercados/congêneres
- Oficinas e concessionárias exclusivamente para serviços de manutenção e conserto em veículos;
- Empresas prestadoras de serviços de mão de obra terceirizada;
- Centrais de distribuição, ainda que representem um conglomerado de galpões de empresas distintas;
- Restaurantes, oficinas em geral e de borracharias situadas na Linha Verde de Logística e Distribuição do Estado;
- Praça de alimentação em aeroporto;
- Transporte de carga;
- Suspensão de atividades a que se refere o inciso I, do “caput”, deste artigo, não se aplica a bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos congêneres que funcionem no interior de hotéis, pousadas e similares, desde que os serviços sejam prestados exclusivamente a hóspedes;
- Durante a suspensão de atividades, o comércio de bens e serviços poderá funcionar por meio de serviços de entrega, inclusive por aplicativo, vedado, em qualquer caso, o atendimento presencial de clientes nas dependências do estabelecimento.
- Excetuam-se da vedação prevista no “caput”, deste artigo, as empresas que funcionam ou fornecem bens para a Zona de Processamento de Exportação do Ceará - ZPE, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém – CIPP e o Porto do Pecém. § 7º
- Celebrações religiosas, conforme decisão do STF;
- Às organizações da sociedade civil será permitida a continuidade de ações que tenham por objetivo a entrega individualizada de suprimentos e outras ações emergenciais de assistência às pessoas e comunidades por elas atendidas.
Flávio Ataliba lembra que a conversa com os segmentos já ocorre desde o último dia 27 de março e que esta semana será decisiva de consolidação das decisões e indicativos. “Nós queremos que a economia volte de forma responsável e que não haja retrocesso”.