A Petrobras iniciou estudos para eliminar as emissões de carbono na refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), de Fortaleza. O equipamento saiu, no fim de 2023, das intenções de privatização da companhia e irá se adaptar ao plano estratégico de descarbonização.
Estudos ainda devem definir os prazos e o investimento necessário para liquidar as emissões de carbono da refinaria. O objetivo é substituir o gás natural, utilizado na geração de energia, por biometano. O combustível também será utilizado para produzir hidrogênio. A operação atual da refinaria produz 60 mil toneladas de CO² por ano.
Além disso, a Lubnor irá produzir um combustível marítimo renovável, o Biobunker, e um asfalto com menor impacto ambiental. A neutralização de emissões também deve ser atingida a partir da utilização de energia elétrica renovável.
O gerente geral da Lubnor, Alfredo Alle Andrade David, destaca que a mudança na refinaria é fundamental para acompanhar o movimento do setor de reduzir a pegada de carbono. “O objetivo é aumentar nosso portfólio de produtos, ter produtos com maior valor agregado e uma menor pegada de carbono. E aumentar nosso volume de produção também”, explica.
O executivo reconhece que outras refinarias estão mais avançadas no processo, em especial as que nunca estiveram nos planos de privatização da companhia. “Com a saída da Lubnor do desinvestimento, a gente precisou fazer um plano-diretor que estivesse alinhado com o plano-diretor da Petrobras. Vamos nos juntar a esse movimento de transição energética, com algumas iniciativas de curto e longo prazo”, explica.
A empresa espera que obter as licenças necessárias com rapidez para dar andamento à transição para um combustível limpo. A Lubnor não divulgou um prazo para a conclusão desse processo.
A Petrobras prevê a utilização de US$ 1,0 bilhão, nos próximos cinco anos, para apoiar ações de descarbonização das operações da empresa nos segmentos de exploração e produção, refino, gás e energia e logística. O objetivo é reduzir as emissões operacionais totais em 30% até 2030, em comparação com 2015.
Refinaria Lubnor
Em operação desde junho de 1966 em Fortaleza, a Lubnor é responsável por 12% do mercado nacional de asfaltos. A refinaria tem capacidade de processamento de 10 mil barris por dia de petróleo e atende a cerca de 12% do mercado nacional de asfaltos.
A refinaria é a única produtora no país de óleos lubrificantes naftênicos e atua como polo logístico de combustíveis e gás liquefeito de petróleo da Petrobras no Ceará.
Cerca de 40% da produção da Lubnor corresponde a diesel marítimo e bunker e óleo combustível, que ainda são poluentes. A fabricação de lubrificantes e asfaltos, que representa os 60% restantes, já é não-carburante.
A venda da refinaria havia sido aprovada em 2022, mas o contrato foi rescindido no fim do ano passado por 'descumprimento' de condições precedentes.