Mayhara Chaves: Porto de Fortaleza deve dobrar investimentos em 2022 e mira parceria com a Argentina

A diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará, que administra o Porto do Mucuripe, revelou que o terminal já reverteu a situação do caixa e deverá fazer, a partir de agora, investimentos com recursos próprios. Confira entrevista

Desde o início dos trabalhos como diretora-presidente da Companhia Docas, em 2019, Mayhara Chaves tem um pensamento muito claro sobre como desenvolver o Porto de Fortaleza, localizado no Mucuripe. O foco, revelado durante esta edição do Diálogo Econômico, é fazer com que o terminal evolua em eficiência para se tornar muito mais competitivo e autossuficiente.

Tendo assumido com uma dívida de mais de R$ 700 mil, a CEO da Docas do Ceará explicou todo o processo para reverter o caixa da instituição e já se prepara para dobrar os investimentos contratados em 2021 em relação a 2020. 

Estabelecendo o objetivo de otimizar a movimentação de cargas a partir de melhorias em infraestrutura, Mayhara confirmou que o Porto de Fortaleza deverá investir mais de R$ 6 milhões em 2022, contra os R$ 3 milhões destinados neste ano. 

Contudo, apesar de estar focada no cenário do terminal de Fortaleza, Mayhara revelou um entusiasmo que ultrapassa os limites do Mucuripe, e comentou sobre a relação com a administração do Porto do Pecém, a realidade comparativa com outros portos pelo mundo, e até perspectivas e metas pessoais como gestora da Companhia Docas do Ceará. 

Chaves também revelou que o Porto de Fortaleza poderá confirmar ainda neste ano uma parceria — firmada com a assinatura de um memorando de entendimento — com o Governo da Argentina para impulsionar a movimentação de cargas no terminal. 

Confira a entrevista completa: 

CONSIDERANDO O MOMENTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS, COMO A SENHORA AVALIA OS RESULTADOS OBTIDOS PELO PORTO DO MUCURIPE NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS? HOUVE UMA MUDANÇA MUITO DRÁSTICA DE MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS OU PERFIL DE ATIVIDADES? O MODELO ECONÔMICO DO TERMINAL PRECISOU SER ATUALIZADO OU MUITO ADAPTADO?

Quando começou a pandemia, a gente passou por um momento de muitas incertezas e surpresas. A gente tem um quadro de colaboradores com idade acima dos 60 anos e tivemos de afastar uns 30% deles. Foi um momento de muitas incertezas para saber como ia acontecer e como íamos desenvolver. A gente afastou esses colaboradores, que ficaram em home office, mas alguns cargos ficaram com bancos de hora e agora estão voltando.

Precisamos nos estruturar para conseguir atender essas demandas, mas acho que tudo ficou mais fácil. Em junho, criamos um sistema de controle de processos, então começamos a despachar tudo online, o que facilitou a vida das pessoas que estavam de home office, e isso aumentou a nossa produtividade administrativa no Porto. 

Para um ano de pandemia, em 2020, foi excepcional. Crescemos quase três vezes mais do que a média nacional, que teve alta de 4% de movimentação de carga, mas nós crescemos 12%. A gente esperava crescer, mas não nesse patamar. Trabalhamos para isso, mas a gente quis que isso acontecesse. Passamos 2020 planejando as ações para 2021. 

Hoje, o planejamento ligado ao Ministério de Infraestrutura é seguir os arrendamentos. Saiu um relatório que mostra que nós somos o Porto com menor área arrendada, que é quando a gente não vende ou privatiza, mas repassa essa área e a iniciativa privada paga as taxas administrativas e faz investimentos. 

Começamos a reformular as ferramentas de planejamento, como planos de negócios, plano de ações estratégias do Porto, de zoneamento da nossa área, e estamos nos baseando nesse plano de ação para saber o que vamos fazer daqui para frente. Esses documentos já existiam antes, mas demos um plus. E a mesma coisa aconteceu com nosso perfil de colaboradores. Trouxemos colaboradores mais técnicos e isso nos possibilitou crescer ainda mais na pandemia, além de termos tido todos os cuidados com a pandemia. 

Todos os nossos colaboradores estão vacinados. O Ministério da Infraestrutura nos incluiu no grupo de prioridade, então estamos em um momento em que as pessoas estão retornando. Não vou dizer que estamos 100% imunizados porque nada é 100%, mas todos os colaboradores estão voltando e isso é um ganho de produtividade, seguindo os protocolos do Governo do Estado.   

CONSIDERANDO O CENÁRIO DOS ÚLTIMOS MESES E AVALIANDO OS RESULTADOS DO PORTO DE FORTALEZA, A SENHORA ACREDITA QUE A ECONOMIA CEARENSE ESTÁ CAMINHANDO PARA UMA RECUPERAÇÃO ESTÁVEL OU AINDA TEMOS UM CAMINHO LONGO A PERCORRER?

Eu acho que estamos recuperando, mas ainda estamos devagar, até porque temos muitas incertezas de mercado. O dólar subiu muito e, como a gente importa e exporta, o valor de alguns produtos baseados em dólar melhorou, mas para outros piorou. A questão do canal de Suez impactou o mercado do mundo inteiro, mesmo que a gente não tenha rotas passando por lá, porque é uma reação em cadeia, como se fosse um dominó mesmo. 

Estamos ainda retomando a questão da chegada de navios de passageiros, com as empresas retomando com muita cautela de desenvolvimento. Para 2021, a gente imagina manter o mesmo patamar do ano passado, com um leve crescimento com a expectativa de se manter os níveis de desenvolvimento. 

E NESSA PERSPECTIVA, QUAL DEVE SER O PAPEL DO PORTO DO MUCURIPE NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO? 

A gente tem um papel fundamental que é a importação do trigo. A gente sabe que é um produto muito importante e, em 2020, nós ultrapassamos o Porto de Santos em movimentação de trigo, com 1,2 milhão de toneladas. O trigo em si tem um papel fundamental para a retomada porque é alimento, toda a população consome e temos três moinhos importantes ligados aqui.

Além disso, ainda tivemos o leilão do terminal de granéis aqui. Temos dois armazéns aqui, um que já era arrendado, e outro era dos moinhos, só que o contrato venceu e a gente levou para leilão, que é o processo de levar para o Ministério, então agora os dois armazéns aqui fazem parte do terminal. Os vencedores do leilão terão de  investir R$ 47 milhões nesse terminal, então a nossa expectativa é uma das melhores, até porque são melhorias para atracação de navios e para descarga do trigo. 

Temos perspectivas de melhores maquinários e mais eficiência, então estamos com a expectativa de melhorar o terminal e melhorar a nossa eficiência, e por consequência melhorar a questão como um todo. A gente sabe que a quantidade de pessoas que depende dessa indústria é muito grande, então a gente sabe que pode ajudar a manter empregos, geração de renda e outras coisas.    

TIVEMOS NOS ÚLTIMOS ANOS UMA FLUTUAÇÃO MUITO GRANDE DO CÂMBIO E DO PREÇO DAS COMMODITIES NO BRASIL E NO MUNDO. ISSO CHEGOU A AFETAR MUITO O PERFIL DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS AQUI NO PORTO CONSIDERANDO IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES? COMO AS RELAÇÕES COMERCIAIS DO PORTO MUDARAM?

De fato, nosso perfil mudou um pouco, cresceu muito a movimentação de cargas de projeto e contêineres, e isso considera, por exemplo, pás eólicas e outros produtos. Estamos vendo mais contêineres como esses itens de projeto ou chegando vazios e saindo com frutas. Temos, hoje, dois navios com escala semanal só para a questão das frutas, então estamos com uma perspectiva boa para esse segmento. 

Estamos com uma perspectiva muito boa com relação a essa categoria de carga geral, que é contêiner e carga de projeto, crescendo 33%, enquanto as outras cargas se mantiveram no mesmo patamar. Isso é reflexo do dólar, pois estamos conseguindo exportar mais produtos do que importar outros. 

E sobre essa economia mundial, eu acho que o Ceará tem se adaptado bem e eu falo que somos um estado privilegiado por ter dois portos. O Porto de Fortaleza e o Porto do Pecém são duas estruturas magníficas e cada um traz o seu knowhow para movimentação das cargas. A gente tem a noção do potencial do Porto de Fortaleza e o Porto do Pecém e ter esses dois terminais, para o Ceará, é maravilhoso. Enquanto um pode crescer em um setor, o outro pode crescer com outra estratégia. Existe a complementariedade. 

Isso nos faz acreditar que vamos acompanhar essas mudanças globais e conseguir crescer da mesma forma, no adaptando a novos projetos. 

TIVEMOS RECENTEMENTE O LEILÃO DO TERMINAL DE GRANEL SÓLIDO VEGETAL DO PORTO DE FORTALEZA POR UM VALOR DE R$ 1 MILHÃO, MAS COM UM POTENCIAL INVESTIMENTO DE R$ 50 MILHÕES. COMO ESSE PROCESSO PODE INFLUENCIAR A EVOLUÇÃO DO PORTO DE FORTALEZA? A SENHORA ACREDITA QUE PODEMOS TER MAIS PRODUTOS PASSANDO PELO TERMINAL NA CAPITAL? EXISTE UMA META DE MELHORIA DE RENDIMENTO? 

No contrato, eles já têm todo o cronograma de investimento que precisa ser feito, desde equipamento, início de outros processos. A gente já tem um escalonamento. Claro que a gente começa pelos equipamentos que podem gerar aumento da movimentação de cargas, começando pelas esteiras, e esse terminal é específico para trigo, mas nada impede que ele movimente soja, milho e outros granéis sólidos. 

O primeiro investimento acontece com cinco anos, porque serão precisos alguns ajustes iniciais para começar a operação, e os investimentos maiores são feitos a cada cinco anos. 

É difícil prever uma meta de onde podemos chegar com esse investimento, até porque a gente prevê, mas não tem como garantir. A gente tem uma movimentação mínima que é baseada no que temos hoje, mas a nossa intenção é sempre superar a movimentação mínima, até porque quanto mais movimentarmos, maior é eficiência e menor o custo de quem está arrendando o terminal.

ATUALMENTE O GOVERNO FEDERAL VEM TRABALHANDO COM PAUTAS RELACIONADAS ÀS PRIVATIZAÇÕES E COM UMA CERTA CAUTELA RELACIONADA AOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS COM A JUSTIFICATIVA DE QUE HÁ INSTABILIDADE FISCAL. COMO ISSO AFETA AS ATIVIDADES NO PORTO? 

Ao longo dos anos, o que foi acontecendo é que mudamos a realidade dos portos ligados ao Ministério da Infraestrutura, revertendo um quadro que se tinha no passado. Antes, a gente dava prejuízo, hoje a gente dá lucro. Ano passado a gente teve uma alta do EBITDA (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) de mais de 300% então é um valor excepcional. Santos vai pagar dividendos ao Governo, então para quê o Governo vai trazer dinheiro do porto se a gente dá lucro?

A perspectiva do ministro Tarcísio é que os portos possam dar lucro para depender menos da União. A gente tem apoio da União para desenvolver projetos e estamos criando métodos para os portos serem autossustentáveis e ter meios de se sustentar. O que no passado a gente dependia deles, hoje está se revertendo. 

A gente ainda está caminhando nesse processo e aumentou de 2018 a 2019 o nosso EBITDA em 180%, depois aumentamos para R$ 3 milhões e hoje é R$ 9 milhões. Quando eu assumi, a gente tinha dívida de R$ 700 mil, em julho de 2019. Não pagávamos direito conta de luz e outras coisas internas. Hoje, já temos alguns milhões em caixa para fazer investimentos próprios e o ministro está proporcionando isso a partir de uma melhoria dos quadros dos trabalhadores, outros projetos vindo com os arrendamentos. Assim, a União pode ficar mais concentrada com gastos de saúde e educação. 

E COMO SÃO DEFINIDAS AS ESTRATÉGIAS USADAS PELO PORTO DE FORTALEZA PARA FAZER NOVOS INVESTIMENTOS? É UMA DIRETRIZ DO MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA OU CADA TERMINAL GERE A PRÓPRIA REALIDADE? 

O ministro escolhe e nomeia os presidentes dos portos, então estamos vendo uma gestão com perfil muito mais técnico do que os anos anteriores nos portos de gestão federal.

Estamos lançando o plano nacional de logística, que vai trazer direcionamentos macro de áreas, mas não fala de questões específicas de cada porto. Isso deve ser publicado em breve e é um plano macro e quem determina os projetos que devem ser feitos e como vamos usar o dinheiro é o próprio porto. 

Claro que isso é aprovado pela União e mandando o orçamento de 2022 em maio de 2021 dizendo que é assim que a gente pretende gastar os recursos durante um período de tempo. Eles aprovam, mas quem define são os gestores. 

DEPOIS DESSA REFORMULAÇÃO, DE QUANTO O PORTO DE FORTALEZA DISPÕE PARA INVESTIMENTOS E QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PLANOS ATUALMENTE? 

Para esse ano, vamos investir, em contratos, R$ 3 milhões em infraestrutura, e no ano que vem serão R$ 6 milhões. Estamos falando de melhoria de pavimentação, de câmeras, iluminação, estrutura de atracação, sinalização náutica, estudos de batimetria. Esses projetos serão iniciados neste ano e devem continuar em 2021, durando dois a três anos para serem executados. Mas só podemos fazer os contratos se tivermos o dinheiro, mas o dinheiro vai estar garantido para essas atividades. 

EM RELAÇÃO AO MERCADO DE PORTOS NO MUNDO, COMO O CEARÁ SE COLOCA NESSE CENÁRIO? ESTAMOS MUITO DISTANTES DO CENÁRIO MUNDIAL?

Eu conheço alguns portos, mas fiz cursos nos portos de Roterdã e da Antuérpia. É um mundo completamente diferente do nosso.

O Porto de Roterdã está muito na frente de qualquer porto brasileiro, até porque eles nasceram muito antes da gente. Eles já eram porto antes de o Brasil ser descoberto.

Eu fui olhar um porto em Dubai por imagens de satélite e em 1984 eles já eram um mega porto, maior do que Santos, até porque a cultura europeia e asiática já veio das grandes navegações, então acho que precisamos resgatar um pouquinho da história para saber porque não estamos no mesmo patamar. 

Mas os portos brasileiros têm buscado as parcerias com portos estrangeiros para trazer esses conhecimentos para o Brasil. Em uma escala de desenvolvimento, a nossa linha é muito mais acentuada do que a deles, até porque eles cresceram de pouco em pouco. Estamos crescendo mais, apesar de não estarmos perto do patamar deles, mas estamos em uma linha acentuada de crescimento. E o interessante é que a globalização facilitou para gente esse processo de assimilar informação e conhecimento dessas culturas mesmo que de forma online.

PELA QUESTÃO GEOGRÁFICA E ESPACIAL, O PORTO DE FORTALEZA TEM UM POTENCIAL DE CRESCIMENTO LIMITADO PARA EXPANSÕES. COMO A SENHORA ENXERGA ESSA QUESTÃO E COMO O PORTO PROJETA O CRESCIMENTO NO FUTURO? 

Nós pensamos muito no crescimento de eficiência. Temos áreas a serem exploradas e temos que utilizar, como uma área pesqueira que começamos a utilizar e outra onde passava a Transnordestina. Mas em área é muito difícil crescermos, então nosso planejamento passa por melhoria de eficiência, até pensando nessa experiência de portos internacionais, então estamos trazendo materiais que nos possibilitem o maior de movimentação de cargas ao mesmo tempo. Temos equipamentos mais modernos disponíveis e que poderíamos, com parcerias, dotar o porto com essa melhora de embarque e desembarque de mercadorias, seja para conteires e outros tipos. 

Nossa perspectiva de crescimento nunca é ultrapassar o Porto de Santos, por exemplo, que movimenta 100 milhões de toneladas, já que movimentamos cinco toneladas, mas podemos, dentro desse patamar, crescer em eficiência e melhoria. 

Sobre parcerias, temos conversado com o governo da Argentina e que buscou a gente. Estamos tentando estreitar relações com eles e estamos trabalhando em um memorando de entendimento e até o final do ano podemos ter uma notícia boa.

A ideia é criar mecanismos para incentivar os portos da Argentina a trazer as mercadorias para o Porto de Fortaleza. Existem vários tipos de carga que estamos vendo, desde frutas a carros. Estamos buscando parcerias e estamos conversando com o consulado da Argentina. 

O GOVERNO DO ESTADO TEM CONFIRMADO MUITOS ACORDOS PARA INVESTIMENTOS EM HIDROGÊNIO VERDE NO CEARÁ, O QUE DEVE ATRAIR NÃO SÓ MAIS EMPRESAS AO ESTADO COMO MUDAR UM POUCO O PERFIL DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO NO ESTADO A PARTIR DO PORTO DO PECÉM. COMO A COMPANHIA DOCAS ENXERGA ESSE MOVIMENTO? E O PORTO DE FORTALEZA PODE SE BENEFICIAR TAMBÉM DESSA NOVA ECONOMIA?

A nossa equipe comercial está vendo como vamos ficar inseridos nesse mercado, mas um papel fundamental que temos é trazer esses equipamentos eólicos, que são as cargas de projeto e fazem parte dessa logística.

Nosso papel é disponibilizar e criar mecanismos para movimentar esses equipamentos que são imensos, então temos de prover diária e criar condições específicas. Estamos trabalhando na área para trazer esses equipamentos e importar esses materiais de energias renováveis por aqui.  

A SENHORA É A ÚNICA MULHER À FRENTE DE UMA COMPANHIA DOCAS NO BRASIL ATUALMENTE. O QUÃO IMPORTANTE É ESSE FATO PARA VOCÊ? E ACREDITA QUE O MERCADO LIGADO AOS PORTOS AINDA PODERIA INSERIR UM NÚMERO MAIOR DE MULHERES?

Eu não tenho dúvida que poderíamos inserir mais mulheres. Temos muitas mulheres capazes, mas o que precisamos é incentivar mais mulheres a almejar esse crescimento. Dentro do Governo, das 7 Companhias Docas, só tem eu de mulher e no geral, são três mulheres, considerando portos privados e outras gestões.

O nosso papel é igual ao dos homens porque o ministro nos cobra da mesma forma que eles, mas, com certeza, temos mais mulheres com capacidade de assumir a posição de presidente. 

O que precisamos é que as mulheres mais jovens, que estão se inserindo no mercado ou que já estão trabalhando, possam buscar essa posição de gestão e tentem se qualificar e se desenvolver para almejar essa posição. 
 

PESSOALMENTE, CONSIDERANDO QUE A SENHORA ASSUMIU O PORTO EM 2019, QUE TIPO DE META OU REALIZAÇÃO A SENHORA GOSTARIA DE DEIXAR COMO LEGADO DESSE PERÍODO À FRENTE DA COMPANHIA DOCAS?

Um legado que eu queria deixar é de um porto que deixou de ser deficitário para ser um porto autossustentável financeiramente.

Já começamos a virar essa chave para fazer investimentos com dinheiro próprio, e esse é principal legado que eu gostaria que as pessoas se lembrassem. Eu quero ficar no Ceará enquanto me deixarem ficar aqui. Acho que temos ainda muita coisa para fazer e desenvolver e quem sabe não conseguimos nos desenvolver um projeto para chegar no patamar de um Porto de Roterdã ou Antuérpia e eu estou estudando para isso.