As lojas do grupo Carrefour em Fortaleza não foram impactadas pelo boicote realizado por frigoríficos brasileiros à rede. A venda de carne em unidades do Atacadão e do Sam's na Capital está normalizada nesta segunda-feira (25).
Frigoríficos brasileiros decidiram, na última semana, parar de fornecer carne às lojas do grupo Carrefour no Brasil. A decisão ocorre após a rede divulgar que não deve mais vender carne do Brasil nas lojas da França.
A reportagem do Diário do Nordeste visitou quatro lojas do grupo Carrefour em Fortaleza e verificou gôndolas de carne abastecidas, sem sinal de possível desabastecimento do produto.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, o Carrefour Brasil afirmou que está em diálogo constante para viabilizar a retomada do abastecimento de carne o mais rápido possível.
“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, afirma.
A rede ressaltou que não há falta de carne nas lojas, mas não respondeu se há risco de desabastecimento nos próximos dias. “Lamentamos profundamente a atual situação e reafirmamos nossa estima e confiança no setor agropecuário brasileiro, com o qual sempre mantivemos uma relação sólida e de parceria”, diz o comunicado.
CARREFOUR INTERROMPE VENDA DE CARNE BRASILEIRA PARA A FRANÇA
Associações de produtores de proteína animal e entidades do agronegócio sugeriram boicote ao Carrefour após o CEO global do grupo, Alexandre Bombard, anunciar que não irá mais vender carne de países do Mercosul, entre eles o Brasil, no mercado francês.
A interrupção ocorre em meio às discussões sobre um acordo de livre comércio entre o Mercosul, formado também por Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, e a União Europeia.
A França é contrária ao acordo e tem registrado protestos de agricultores, que alegam que o acordo pode tornar os produtos sul-americanos mais baratos no território, reduzindo a competitividade das mercadorias francesas.
Entre as empresas que realizam 'boicote' ao Carrefour Brasil, estão JBS, Masterboi e Marfrig. Somente a Friboi, marca da JBS, responde por 80% do volume fornecido ao grupo de origem francesa. Na bandeira Atacadão, o fornecimento da marca representa 100%.
Uma auditoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontou que 1 milhão de aposentados e pensionistas tiveram descontos indevidos na conta, entre janeiro de 2023 e maio de 2024. O levantamento ocasionou no cancelamento de todos os débitos autodeclarados como não autorizados. Devido ao número de reclamações, o Instituto analisou os Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com associações e entidades para desconto de mensalidade associativa a partir de janeiro de 2023. Das 37 associações e entidades que figuram na relação de autorizadas, pelo menos cinco estão com checagem em estado avançado e podem ter seu acordo rescindido, segundo o órgão. Essas organizações terão direito à ampla defesa e ao contraditório, como determina a lei. No entanto, caso seja comprovada a fraude, o contrato poderá ser suspenso e o INSS poderá determinar que a Dataprev suspenda os descontos daquela associação ou entidade envolvida.
Atualmente, 37 empresas têm ACT para realizar descontos de mensalidades associativas, desde que aposentados e pensionistas solicitem ou autorizem. Além disso, o desconto tem de ser formalizado por um termo de adesão. Entre as medidas para barrar débitos indevidos, os aposentados e pensionistas que tiverem desconto de mensalidade associativa no contracheque podem solicitar a exclusão de forma automática pelo aplicativo ou site Meu INSS. O benefício ficará bloqueado para novos descontos até que o segurado faça o desbloqueio. O INSS orienta que, caso o aposentado ou pensionista queira o estorno de descontos indevidos em seus benefícios, ele pode entrar em contato direto pelo 0800, que aparece ao lado do nome da entidade no seu contracheque. Caso prefira, o beneficiário pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido. O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores. Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, por meio da Plataforma Fala BR. Desde agosto, o órgão disponibilizou na tela inicial do Meu INSS a consulta de “mensalidade associativa”. Em seguida, uma funcionalidade passou a permitir que aposentados e pensionistas, além de consultarem o desconto no pagamento, pedissem o "bloqueio/desbloqueio de mensalidade de associativa". O serviço também pode ser solicitado pela Central 135.INSS aponta descontos indevidos na conta de 1 milhão de aposentados; veja como pedir devolução
Auditoria pode levar à rescisão de acordo com cinco associações
DEVOLUÇÃO E EXCLUSÃO
Já para excluir o desconto pelo Meu INSS, os seguintes passos são necessários:
VERIFICAÇÃO DE DESCONTO
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, declarou apoio à reação dos produtores de repúdio à varejista. “Eu achei uma atitude louvável da indústria brasileira dizer assim 'então, não vou fornecer também [ao Carrefour]'. E tem o meu apoio essa atitude, que mostra soberania e o respeito à legislação brasileira”, disse o ministro durante evento na última quinta-feira (21).
“Nos surpreende a presidência local [do Carrefour], aqui no Brasil, dizer ‘nós vamos continuar comprando porque sabemos que tem boa procedência, quem não quer comprar é a matriz, a França'. Ora, se não serve para os franceses, não vai servir para os brasileiros”, disse Fávaro.
ACORDO ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA
Negociado há mais de vinte anos, um possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia permitia livre comércio entre os blocos econômicos.
A França é um dos países contrários ao acordo. Em visita a diversos países da América do Sul nas últimas semanas, o presidente francês defendeu a posição de 'proteger' a agricultura francesa.
Alemanha e Espanha, por outro lado, são favoráveis ao acordo. Os países devem fazer uma nova rodada de negociações nos próximos dias.