Linha Leste do Metrô: volta da obra sem previsão

A Seinfra estuda os impactos de se convidar o segundo colocado em processo licitatório ou fazer nova licitação

Paralisadas há mais de dois meses, as obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza não têm previsão de retomada. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura do Ceará (Seinfra), a administração estadual ainda trabalha com três possibilidades para reiniciar os serviços: permitir que a execução seja feita por uma das empresas do consórcio vencedor do processo licitatório; consultar o segundo colocado, para saber se há interesse em assumir o contrato; ou realizar uma nova licitação para o projeto.

As obras da Linha Leste estavam sendo executadas pelo consórcio Cetenco-Acciona, formado pelas empresas Cetenco Engenharia e Acciona Infraestructuras. O consórcio venceu a licitação para o serviço em outubro de 2013, apresentando um orçamento de R$ 2,3 bilhões.

Neste ano, todavia, a pasta considerou que o ritmo dos trabalhos estava aquém do aceitável, e alternativas começaram a ser estudadas. Conforme a secretaria, a Acciona Infraestruturas pediu para continuar sozinha como executora do contrato, mas essa possibilidade foi negada pela Seinfra, após análise técnica e jurídica.

"No entanto, por questão de segurança jurídica e resguardo do interesse público, o pleito foi submetido à apreciação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) para conclusão da análise. Tal encaminhamento visou evitar decisões divergentes entre as instâncias do Executivo", destacou a secretaria.

Análise

Embora a questão ainda esteja sob análise da PGE, a Seinfra afirma já estudar os impactos e os custos da convocação do segundo colocado na licitação, o consórcio Mobilidade Urbana, formado pelas empresas Marquise, Queiroz Galvão e Camargo Correia. Caso aceite assumir o contrato, o grupo teria de em igual prazo e nas mesmas condições firmadas com o consórcio Cetenco-Acciona. Os custos para a realização de um novo processo licitatório, com novas empresas concorrendo para executar o serviço, também está sendo avaliado pela Seinfra.

A Linha Leste terá 13 quilômetros de extensão, dos quais 12 quilômetros serão subterrâneos e 1 quilômetro será em superfície. O percurso será feito com trens elétricos, que ligarão o Centro ao bairro Edson Queiroz.

O projeto prevê a construção de onze estações: Estação Catedral, Colégio Militar, Luíza Távora, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2.000, Bárbara de Alencar, CEC e Edson Queiroz.

A previsão da administração estadual é que a linha, quando estiver integrada aos demais modais de transporte, atenda a cerca de 400 mil usuários por dia, em viagens com percurso de 17 minutos. A obra conta com recursos de R$ 1 bilhão por meio do Orçamento Geral da União (OGU), R$ 1 bilhão financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de contrapartida de R$ 300 milhões do tesouro estadual.