Líderes do Brics reúnem-se em Fortaleza para um novo ciclo

O Brasil assumirá a presidência de turno do Brics e liderará a implementação do Plano de Ação

Mesmo com taxas de crescimento inferiores em relação aos último anos, a expectativa de contribuição conjunta de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados Brics, à economia mundial ainda é grande. Especialmente porque, neste ano, embora sendo alvo de várias projeções pessimistas, o desempenho desses países deverá continuar acima do esperado para as economias avançadas. E é em meio a esse clima que Fortaleza recebe hoje e amanhã o encontro anual dessas nações, onde são aguardadas aproximadamente três mil pessoas. O peso da VI Cúpula do Brics, na Capital cearense, pode ser medido por seus participantes, já que todos os chefes de Estado, acompanhados de ministros, empresários e lideranças, participam do evento. De prestígio e força crescentes no mundo, esses países tornaram-se parte indispensável na resolução dos principais temas internacionais, sobretudo em um momento de continuidade da crise econômica na Zona do Euro e nos Estados Unidos.

> Brasil precisa crescer controlando a inflação 

Juntos, os cinco integrantes estendem-se por cerca de 26% da área terrestre do planeta e abrigam 46% da população mundial. Em matéria de crescimento econômico, encontram-se à frente do prognóstico de 2001 (África do Sul ainda não incluída): detém 18% do PIB mundial, ante à previsão original do Banco Goldman Sachs, de 14,2%.

Estima-se que, adicionando a África do Sul, hoje, eles respondam por cerca de 25% da economia global. Detentores de imensas riquezas naturais, a participação do Brics nas exportações mundiais, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), também é expressiva, mais do que dobrando entre 2001 e 2011, passando de 8% para 16%. Nesses onze anos, o volume total de exportações cresceu mais de 500%, comparado com o crescimento de cerca de 195% do montante global de vendas externas.

> Fatores externos enfraquecem economia russa

Temática

Tais dimensões certamente deverão se traduzir na temática oficial da Cúpula - Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis -, bem como dos encontros bilaterais. Nesse contexto, destaca-se o setor financeiro, que é uma nova frente de cooperação. Nesse campo, encontram-se em estágio avançado as negociações para o estabelecimento de um banco de desenvolvimento, voltado ao financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no Brics e em outros países em desenvolvimento, o que deverá sair já no encontro deste ano.

Do mesmo modo, deverá ser concluído o acordo com vistas à formação do Arranjo Contingente de Reservas, fundo com montante inicial de US$ 100 bilhões, ao qual os países emergentes poderão recorrer em momentos de dificuldade de liquidez. Um dos objetivos é contribuir para a estabilidade financeira internacional, ao oferecer uma linha de defesa adicional.

> Investimento socioeconomico na pauta da Índia

Dessa forma, a Cúpula de Fortaleza marcará a abertura de um novo ciclo do Brics. O Brasil tenciona dar continuidade ao processo para que o grupo venha a auferir ganhos incrementais com base na cooperação já existente. A intenção de conferir em Fortaleza ênfase particular às dimensões de inclusão social e de desenvolvimento sustentável também dará visibilidade às políticas públicas implementadas por esses países e à contribuição do crescimento econômico do Brics na redução da pobreza.

> China deve ser a líder global em 5 anos 

Para o Brasil, a importância do grupo surge na medida em que reúne cinco parceiros estratégicos, com expressiva articulação em suas regiões e crescente participação na economia global. A partir da Cúpula realizada na Capital cearense, o País assumirá a presidência de turno do Brics e liderará a implementação do Plano de Ação a ser aprovado na ocasião. Para marcar a abertura dessa Cúpula, o Diário do Nordeste preparou este especial, para que se tenha uma ideia da dimensão econômica, política e social de cada país-membro do Brics, assim como do que deverá ser tratado nesses dias de evento.

BRICS Leaders gather in Fortaleza  for a new round of meetings

Even with lower growth rates in the last years, the expected joint contribution of Brazil, Russia, India, China and South Africa, the so-called BRICS countries, to the world economy is expected to be large. Although the target of several pessimistic forecasts this year, the performance of these countries should continue to be higher than what is expected for advanced economies. It is amid this climate that Fortaleza will receive the annual meeting of these nations today and tomorrow with around three thousand people expected to attend.

The weight of the 6th BRICS Summit in Ceará's capital can be measured by its participants: Heads of State, accompanied by ministers, businesspeople and leaders are participating in the event. These countries have become an indispensable part regarding major international issues and are a prestigious and growing force in the world, especially at a time of the ongoing economic crisis in the eurozone and the United States.

Together, the five members total about 26% of the Earth's land area and are home to 46% of the world's population. In terms of economic growth, they are ahead of a 2001 forecast (South Africa excluded) with 18% of world's GDP, compared to an original forecast of 14.2% by Goldman Sachs.

It is estimated that by adding South Africa today, these countries account for about 25% of the global economy. The BRICS countries, which have vast amounts of natural resources, have more than doubled their worldwide exports from 2001 and 2011, rising from 8% to 16%, according to the World Trade Organization (WTO). In these eleven years, the total export volume grew by over 500%, compared with a growth of about 195% in total global sales.

Theme

Such dimensions should certainly be reflected in the Summit's official theme, 'Inclusive Growth, Sustainable Solutions', as well as bilateral meetings. Along these lines, the financial sector stands out as a new area of cooperation. As a matter of fact, negotiations for the establishment of a development bank are at an advanced stage and expected to be completed at this year's meeting. The bank will focus on financing infrastructure projects and sustainable development in the BRICS and other developing countries. Similarly, an agreement is expected to be completed on the formation of a Contingency Reserve Arrangement fund, with an initial amount of US $ 100 billion, that emerging countries can turn to in times of liquidity problems. One of the objectives of this fund is to contribute to international financial stability by providing an additional line of defense.

Accordingly, the Fortaleza Summit will mark the opening of a new round for BRICS. Brazil intends to continue the process, so the group will be able to earn incremental gains based on existing cooperation. Also, in Ceará's capital, the meeting will emphasize, in particular, social inclusion dimensions and sustainable development, as well as show these countries' implemented public policies and the BRICS members' economic growth contribution in reducing poverty.

Relevance

For Brazil, the group´s importance is a major one because it gathers four strategic partners, with expressive articulation in their regions and increasing participation in the global economy. From the Summit held in Fortaleza, Brazil will chair the group and lead the implementation of the Action Plan to be approved at that time.

To mark the opening of this Summit, the Diário do Nordeste prepared this special for you to have an idea of the economic and social dimension policy of each member country of  BRICS, as well as what should be addressed during this event.

Anchieta Dantas Jr.
Repórter