Rio/ Fortaleza. Confirmando a expectativa de alta de preços prevista para o mês de fevereiro, a inflação em Fortaleza, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sofreu variação de 0,82% em relação ao mês anterior, ficando em 10º lugar no ranking das treze capitais pesquisadas.
Apesar de ter sido levemente mais baixo do que o índice registrado em janeiro - 1,08%, considerada a maior taxa mensal em nove meses -, esse resultado não é nada animador, já que o valor continua muito acima do patamar aceitável, que deveria ser 0,40%. A avaliação é do diretor técnico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Alex Araújo.
O índice acumulado de 12 meses ficou em 7,37%, ocupando também a 10ª posição do ranking das capitais, enquanto o acumulado do ano está em 1,91%. Segundo Alex Araújo, apesar da alta já ser esperada, os valores são preocupantes.
"Quando a inflação está em um patamar muito alto passa a estimular a indexação de preços, porque os produtos começam a ser corrigidos pela inflação passada, fazendo com tenha aceleração dos aumentos. É como acelerar o carro em uma descida", compara Araújo. Para março, o especialista afirma que a tendência é seguir com a elevação, uma vez que alguns preços represados estão passando por ajustes, como a conta de energia.
Dos nove grupos analisados pelo IBGE para o cálculo do IPCA, o de transportes teve a maior alta (1,43%), seguido de alimentação (1,13%) e educação (0,95%). Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 5 salários mínimos, fechou o mês de fevereiro em 0,99% em Fortaleza, o oitavo maior entre as capitais analisadas.
Acima da meta
No País, o IPCA subiu 1,22% em fevereiro ante uma variação de 1,24% em janeiro. Como resultado, a taxa acumulada no ano foi de 2,48%, e o resultado em 12 meses ficou em 7,70%. É o segundo mês consecutivo que o IPCA fica acima do teto da meta de tolerância do governo, de 6,5%.
Em janeiro, a taxa em 12 meses estava em 7,14%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,50%. É a maior alta do IPCA em 12 meses desde maio de 2005, quando ficou em 8,05%. Em fevereiro de 2014, o IPCA foi de 0,69%. Os preços da gasolina subiram 8,42% em fevereiro, fazendo do item o principal destaque da inflação.