Com as novas tendências de habitação, uma delas tem se tornado mais frequente no mercado imobiliário de Fortaleza: a venda de imóveis de ‘porteira fechada’. O conceito foi apropriado pelo setor a partir das negociações de fazendas e sítios com tudo o que tinham na propriedade, casa, animais de criação, ração, etc.
“Convencionou-se chamar quando de ‘porteira fechada’ você compra um imóvel, seminovo ou usado, com todos os móveis, eletrodomésticos. Só se tiram as roupas, retratos e outros bens pessoais, o resto tudo fica”, explica o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis do Estado do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto.
A modalidade vem se tornando uma tendência, principalmente entre jovens, e tem potencial de crescimento na Capital cearense, é o que apontam especialistas do setor.
O vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-CE), Rodrigo Costa, afirma que essa movimentação de crescimento tem sido impulsionada pelo aumento da procura dos cearenses pela segunda moradia, como apartamentos em praias ou serras. Além disso, agrega valor ao imóvel.
“É muito relativa a diferença de valor para um imóvel básico, mas encanta mais ao cliente e facilita a venda, porque acaba agregando valor”.
Imóveis novos
Apesar do conceito ser utilizado mais para imóveis seminovos, Porto acrescenta que muitas construtoras e incorporadoras já estão lançando empreendimentos todos mobiliados e equipados prontos para morar.
Isso vem ao encontro da necessidade das pessoas, atualmente, em simplificar a vida. Os jovens não querem mais perder tanto tempo escolhendo eletrodomésticos, móveis, etc”.
Além disso, o presidente do Secovi pontua que há também um diferencial econômico para essa modalidade, uma vez que o imóvel de ‘porteira fechada’ pode compensar mais que um vendido de forma básica.
"O poder de compra da construtora comprando direto da indústria é muito maior, pois será feita em grande quantidade e vende isso como um diferencial, porque o preço não é tão diferente e é todo completo”, diz.
Mais facilidade
De acordo com o vice-presidente do Creci-CE, a modalidade ainda traz mais facilidades na venda tanto para o vendedor quanto para o comprador. "O vendedor se livra de tudo, já vai vendendo com tudo, agrega na venda e facilita e ainda pode aumentar um pouco o valor por isso”, diz.
Para o comprador também é ótimo, porque ele compra o imóvel e não precisa gastar com arquiteto, com mobília, que sabemos que tem um valor bem considerável. É uma tendência principalmente entre jovens estudantes quanto para executivos”.
Não só na compra que essa modalidade é possível. Porto destaca que a tendência também tem sido utilizada por imobiliárias digitais diante das novas necessidades e tendências de habitação.
“Os investidores compram dois a cinco apartamentos, fazem até uma decoração diferente, você vai experimentar vários modelos do mesmo imóvel, a geração jovem quer isso”, destaca.