A australiana Fortescue entrega nesta sexta-feira (21) ao governador Elmano de Freitas o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da planta de hidrogênio verde a ser instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). A informação foi confirmada por Luis Viga, diretor para o Brasil da empresa, em entrevista ao Diário do Nordeste nessa quinta-feira (20).
A Fortescue é uma das interessadas em investir no hub de hidrogênio verde do Ceará e é a empresa mais avançada nas tratativas com o governo do Estado.
Com a entrega do EIA/Rima - passo importante para a instalação da indústria de produção de energia - a próxima etapa é obter a licença prévia. No dia 2 de agosto, haverá audiência pública com a Semace, responsável pela concessão da licença prévia da usina.
"Nosso projeto está caminhando bem, e vamos ter em agosto o primeiro projeto em escala de gigawatts no Brasil. Tem uma licença prévia de instalação ambiental. A gente está investindo em engenharia e em compra de energia para poder tomar uma decisão de investimento daqui a um ano meio, dois anos, para sim, se o projeto for viável, e tudo hoje está no caminho certo, a gente fazer o investimento"
Segundo Viga, após a obtenção da licença prévia, a Fortescue assinará os primeiros pré-contratos de compra de energia para a usina no Cipp. A expectativa é de 5 mil empregos sejam gerados no auge da construção da usina.
CIFRAS BILIONÁRIAS NO HIDROGÊNIO VERDE
Caso haja viabilidade econômica, a expectativa da empresa é que as obras de construção se iniciem em 2025, com a indústria entrando em funcionamento ainda nesta década.
"A gente vê o tamanho do nosso projeto, R$ 20 bilhões (em investimento) só da Fortescue. No Brasil, hoje, a quantidade de investimentos previstos por algumas entidades e estudiosos internacionais é de que o Brasil pode receber em 20 anos R$ 1 trilhão", ponderou Luís Viga.
O diretor disse que a companhia estuda investir em empreendimentos de dessalinização de água, energia solar e eólica. Os projetos estão condicionados à instalação - ou não - da usina de hidrogênio verde.
O diretor da companhia também destacou que projetos de produção de energia, como eólica e solar, bem como a dessalinização da água do mar para irrigação de lavouras no semiárido nordestino devem ter atenção da Fortescue.
"Quando você faz um projeto desses, você prevê um crescimento de PIB. Quanto que a população precisa de energia. Esses projetos de hidrogênio verde são gigantescos, mais do que o Ceará tem de capacidade instalada. Então você não tem como absorver essa energia. O hidrogênio verde traz tudo junto", sinalizou.