As negociações para a construção da fábrica de aviões da Octans Aircraft no Ceará declinaram. A empresa afirmou ter escolhido o Mato Grosso para instalar o empreendimento por ter identificado uma ambiência mais favorável, mas não descartou diálogo com o governo cearense para acordos futuros. A expectativa era de investimento de R$300 milhões.
Se tivesse vindo para o Estado, a indústria aeronáutica teria gerado 400 empregos (entre diretos e indiretos) em Sobral, município localizado a cerca de 230 km de Fortaleza.
Para o CEO da Octans, Milton Roberto Pereira, as relações com o Ceará “sempre foram profissionais, de alto nível e muito positivas”. Contudo, o processo de mudança de gestão pode ter dificultado o avanço da transação.
“No momento, as negociações estão suspensas, acreditamos, em face às naturais demandas geradas pelas últimas eleições gerais ocorridas no País, sendo que, no caso do Ceará, houve a eleição de novo governador, com a consequente formação de nova equipe de governo”, disse.
“Evoluímos negociações com outro importante estado da federação, que também viu o potencial da Octans e se posicionou com muita determinação, eficiência e agilidade no sentido de viabilizar a transferência de nossa sede”, completou, enfatizando a “dedicação e o comprometimento” das autoridades locais para acelerar o trâmite.
Em nota, a Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece) informou que o presidente da instituição, Danilo Serpa, “teve algumas reuniões ainda neste ano com o presidente da Octans, que afirmou ter decidido, nesse primeiro momento, ampliar as atividades no Mato Grosso, mas com interesse posterior em investir no Ceará”.
Como será a fábrica
Segundo Milton , independentemente de onde o empreendimento for instalado, ao fim do primeiro ano de operação, deverão ser gerados cerca de 100 empregos diretos e 300 indiretos. “Obviamente, com o passar do tempo, esse número irá aumentar significativamente”, projetou.
Em relação à estrutura, o terreno inicial terá 80 mil m², com 10 mil m² de área construída. Há, ainda, expectativa de ampliação nos próximos 12 anos, para 40 mil m² de edificação.