Escolas privadas terão reajuste médio de 10%

Percentual do reajuste representa mais que o triplo da inflação projetada para este ano, de 3,08%

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As escolas particulares de Fortaleza já começaram a aplicar o reajuste nas mensalidades para o ano de 2018. Em média, os valores subiram aproximadamente 10% - mais que o triplo da expectativa da inflação para este ano, de 2,88%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. A reportagem fez uma pesquisa direta com seis instituições da Capital.

A simulação era em relação ao 1º ano do Ensino Médio (EM) preferencialmente no turno da manhã. Duas delas já contam com os valores de matrícula atualizados. As demais, apenas aplicarão o novo valor no mês de março. Destas, duas já definiram os preços para o próximo ano e as últimas duas informaram que ainda analisam a situação.

No Colégio Lourenço Filho (sede Centro), até 6 de dezembro, o valor da mensalidade para a primeira série do Ensino Médio está com desconto de 15%, em R$ 662,15. Após a data, deverá subir ao valor de aproximadamente R$ 762, que já é o preço estimado para o ano de 2018.

O Colégio Santo Inácio também já pratica os preços atualizados para as matrículas. A escola do bairro Dionísio Torres aumentou a mensalidade em aproximadamente 10%, conforme o atendimento via telefone, e custa mensalmente R$ 1.316 também na série inicial do EM.

Até março, o Colégio Farias Brito pratica os preços de 2017. Conforme a simulação feita pela reportagem, a mensalidade fica em R$ 1.269 para a série pesquisada, passando a R$ 1.385 no terceiro mês do próximo ano, acréscimo de 9,14%.

Também o Colégio Ari de Sá segue até o mês de março praticando os preços de 2017. Lá, o primeiro ano custa R$ 1.457, passando em 2018 a R$ 1.585, incremento de 8,78%.

O Colégio Christus (sede Aldeota) segue praticando a mensalidade de R$ 1.467, com previsão de aumentar também aproximadamente 10% em março. Já o Colégio Batista, por sua vez, cobra a parcela de R$ 1.462 para o 1º ano mas ainda não definiu o reajuste para 2018.

Margem

De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular do Ceará (Sinepe-CE), a média de reajuste nas mensalidades das escolas particulares no Estado está "entre 6,5% e 9,5%". O presidente da entidade, professor Airton Oliveira, enfatizou que tal margem não é obrigatoriamente seguida, podendo cada instituição de ensino agir por conta própria.

"A lei 9870/99 rege tanto a semestralidade no ensino superior quanto a anuidade na educação básica e mensalidade de outros cursos. A lei trata de um direito da escola reajustar. O Sindicato não pode, e até é proibido, dizer um índice. Normalmente, colhemos os indicadores da média das escolas", afirmou.

Motivos

O presidente do Sinepe-CE listou os fatores que justificam o reajuste para 2018. "O que tem pesado é a carga tributária. O outro é que os órgãos de defesa do consumidor têm recomendado que as escolas incluam na anuidade os materiais de uso coletivo. Essas escolas vão ter um índice maior, mais elevado, diferente de outras escolas que não têm lista de materiais. Afora outras coisas, como energia elétrica", disse ele.

Conforme Oliveira, tanto o Estado quanto a Capital registraram aumento no número de matrículas neste ano em comparação com o ano passado. Desta forma, baseado no atual cenário econômico do País - que dá sinais de ter deixado a crise - o presidente do Sinepe-CE crê em mais alunos novatos matriculados na rede particular em 2018.

"Quando a economia está dando sinais de crescimento, os pais se mantém na rede particular. Os que saíram, há a expectativa que retornem, pois a economia deu sinal positivo, a taxa de emprego melhorou", disse.