Devido ao crescimento das reclamações de quedas de energia, a Enel Distribuição Ceará foi multada em R$ 28,5 milhões pela Agência Reguladora do Estado (Arce). Segundo o órgão, entre 2021 e 2023, o registros de problemas com fornecimento passaram de 1.415 para 2.580, um acréscimo de 82,3%.
A Arce informou que definiu pela multa após fazer uma fiscalização na sede da Enel Ceará. "Entre os pontos analisados pela Arce estão as interrupções de energia com duração igual ou maior que três minutos; interrupções com, no mínimo, uma unidade consumidora afetada; e interrupções de responsabilidade exclusiva da Distribuidora", pontuou a Agência.
Entre as reclamações houve alta nos casos que duraram mais de 24h. O percentual mais do que dobrou, passando de 3,02% em 2021 para 6,10% em 2023, de acordo com o coordenador de energia da Agência Reguladora, Cássio Tersandro.
O Diário do Nordeste procurou a Enel para comentar a multa, e a empresa afirmou que recorreu. Em entrevista, a empresa disse, por meio do presidente José Nunes Almeida, que deve enviar à Arce um documento com justificativas.
De acordo com o gestor, a Enel irá recorrer devido a "alguns enquadramentos" na multa aplicada pela Arce que seriam "muito genéricos", no entendimento da companhia. No entanto, apesar disso, ele afirmou que a distribuidora tem "consideração e absoluto respeito" à atuação do órgão regulador.
Quedas constantes e demora na religação
Para a Arce, o serviço da Enel "tem piorado nos últimos anos" e é necessário tomar providências. Neste ano, entre janeiro e julho, a ouvidoria da Arce já recebeu mais reclamações do que todo o ano de 2023, com 2.658 registros.
"Essas reclamações se dão em várias frentes, em vários aspectos, e em relação a vários indicadores: atendimento, faturamento, atendimento a emergências, geração distribuída e ligações com obras. São vários pontos de atuação da Distribuidora que têm gerado insatisfação por parte dos usuários”, disse o presidente da Arce, João Gabriel Rocha.
Conforme dados compilados pela Arce, outro ponto de preocupação é a demora na religação da energia. Em 2023, o município de Poranga ficou no topo da lista dos municípios que sofreram mais com a demora, com uma média de 14,37 horas para o atendimento completo.
As cidades que mais sofreram com isso foram:
- Poranga,
- Choró,
- Baixio,
- Cariré,
- Santana do Cariri,
- Ibaretama,
- Farias Brito,
- Nova Olinda,
- Monsenhor Tabosa,
- Altaneira.
Em Fortaleza, as subestações com maior índice de demora são:
- Bom Jardim,
- Barra do Ceará,
- Messejana,
- Dias Macedo,
- Mondubim,
- Mucuripe,
- Pici,
- Parangaba,
- Presidente Kennedy
- São João do Tauape.