As cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) concentraram a maioria dos empreendimentos imobiliários lançados em 2023. É o que aponta o balanço dos lançamentos de empreendimentos imobiliários apresentado nesta segunda-feira (29) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE). Já a Capital, registou um decréscimo de novas ofertas.
Segundo o estudo, os municípios de Aquiraz, Caucaia, Eusébio, Itaitinga e Maracanaú receberam, em 2023, o lançamento de 62 novos empreendimentos imobiliários, 63,2% do total da RMF, que teve ao todo 98 novos imóveis, conforme a pesquisa feita em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.
A análise considera empreendimentos verticais, como apartamentos e prédios; horizontais, como casas e loteamentos; e comerciais, como consultórios e salas. Ainda segundo o estudo, os lançamentos na RMF saltaram 30% de 2022 para o ano passado, quando as novas unidades em empreendimentos imobiliários totalizaram 2.878; já no ano passado, o número subiu para 3.728.
Ao mesmo tempo em que os dados da Região Metropolitana apontam para uma franca expansão do mercado imobiliário, em Fortaleza os números estão cada vez mais estáveis. Em 2023, a variação foi de 4% a mais de lançamentos de imóveis na Capital em comparação com o ano anterior.
- Imóveis novos em Fortaleza (2022): 7.264;
- Imóveis novos em Fortaleza (2023): 7.576.
O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, analisa o movimento nas cidades da Região Metropolitana de Fortaleza como o investimento de pessoas em segunda moradia, isto é, em um novo imóvel residencial onde não necessariamente se estabelece moradia, mas sim visitas frequentes e estadia por certos períodos.
"A gente viu o movimento de pessoas querendo adquirir a segunda moradia, e colocaria que o Cumbuco e o Aquiraz estão tendo uma procura grande. No Aquiraz, vamos delimitar o Porto das Dunas, principalmente pelos anos 2000. Naturalmente para quem fez esse investimento, terá um retorno em valorização", aponta.
Econômicos dominam lançamentos
Se as altas foram diferentes entre as regiões, no que diz respeito ao tipo de imóvel lançado, o predomínio fica mais evidente para os empreendimentos imobiliários do tipo econômico, sobretudo após as novas regras do programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida.
O levantamento do Sinduscon em parceria com a Brain considera sete tipos de locais, que vão desde imóveis especiais (studios e lofts com geralmente um quarto) até empreendimentos de alto luxo.
Nenhum dos dois extremos predominam no mercado cearense. Em 2023, foram os imóveis tidos econômicos, sobretudo aqueles com possibilidade de financiamento pelo Minha Casa, Minha Vida que se destacaram no cenário imobiliário.
De acordo com a pesquisa, foram 7.189 unidades residenciais do gênero lançadas em todos os seis municípios, 58,2% de todos os novos empreendimentos imobiliários que chegaram ao mercado em 2023, que totalizaram 12.348 unidades.
"A gente acredita que a taxa de juros vai diminuir, com o cenário macroeconômico bem. Aliado a isso, a gente vê que existe grandes movimentos econômicos no Ceará, como, por exemplo, o hidrogênio verde, que trará um investimento de bilhões de dólares", avalia Patriolino Dias.
Com as novas regras do Minha Casa, Minha Vida, o presidente do Sinduscon-CE acredita que haverá uma procura de cearenses, principalmente aqueles de menor poder aquisitivo, em busca de imóveis econômicos, buscando a primeira moradia própria em um imóvel recém-lançado.
A base da pirâmide tem um déficit habitacional grande. Na hora em que se tem um movimento como o do Governo Federal de baixar as taxas, consegue-se inserir diversas famílias. Cada ponto percentual que você tira da taxa de juros que a pessoa financia a casa, tem muitas pessoas que conseguem ter o poder aquisitivo de adquirir a casa própria. Os lançamentos que são econômicos têm uma velocidade de vendas rápida e a gente acredita que continua esse movimento em 2024 e 2025.