Educadores físicos comemoram reabertura de academias e sindicato fala em redução de falências

Durante esta segunda onda, cerca de 40% dos estabelecimentos do setor fecharam definitivamente, segundo Sindifit-CE

O anúncio do governador Camilo Santana de permitir a reabertura das academias no Estado a partir de segunda-feira (26) trouxe esperança para o setor, que já perdeu cerca de 40% dos estabelecimentos. A medida deve reduzir o ritmo de fechamentos definitivos, avaliam representantes da categoria.

A presidente do Sindicato das Empresas de Condicionamento Físico do Estado do Ceará (Sindifit-CE), Juliana Sá, comemorou a decisão, mas pontuou que o horário permitido ao funcionamento, de 6h às 18h, poderia seguir até às 20h.

"Estamos muito felizes de poder reabrir, mas a gente acredita que esse horário deveria seguir, pelo menos, até às 20h, porque quanto mais horário disponível, menor a probabilidade de aglomerações e poderíamos continuar trabalhando com esse patamar de 25%", defende Juliana.

Setor perdeu 40% dos estabelecimentos

Ela lamenta que 40% das academias do Estado não tenha suportado o segundo lockdown, percentual que dobrou em relação ao primeiro pico da pandemia, no ano passado.

"Estou feliz, mas preocupada com aqueles que não conseguiram se segurar, que desistiram e não vão abrir mais. Quase todo dia recebo informações de mais um empresário que desistiu", ressalta.

A presidente do Sindifit-CE explica que esse momento da pandemia foi mais cruel para o setor por não contarem com a possibilidade de suspender os contratos de trabalho ou reduzir a jornada e salário dos funcionários.

"No primeiro lockdown, perdemos 20% das academias. Tínhamos a MP 936, que tirava o peso da folha de pagamento. Nesse, a gente não teve nenhum auxílio, nem as empresas, nem os profissionais", pontua.

Com a reabertura, mesmo com condicionantes, ela espera que o ritmo das falências reduza.

Profissionais também comemoram

A presidente do Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (CREF5), Andréa Benevides, também se manifestou positivamente com o anúncio. De acordo com ela, o setor é consciente do nível ainda crítico da pandemia, mas ressalta que, assim como os outros setores, as academias estão totalmente preparadas para atender a população.

“Esse esforço foi reconhecido a partir da união de todas as entidades representativas da Educação Física. Nós do CREF5, junto com Sindifit-CE, Acept e Sinpefce, apresentamos planos, protocolos e estudos científicos que comprovam que a oferta da atividade física orientada não pode parar e é essencial para saúde da população”, argumenta.

“Esperamos que todos os profissionais façam sua parte, sigam todas as orientações e cuidados para que possamos, juntos, garantir a saúde, o trabalho de todos nós profissionais e o combate ao coronavírus”, acrescenta Andréa.

Barracas de Praia

Outra atividade que recebeu a notícia do retorno de forma positiva foi o de barracas de praia. A presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPFuturo), Fátima Queiroz, aponta que a reabertura é um novo recomeço para o setor.

"Essa notícia vai causar uma esperança pras barracas que estejam pedindo pelo amor de Deus para voltar a trabalhar. Com certeza, gostaríamos de trabalhar em um período de maior circulação, que é quinta à noite e sábado e domingo, mas já é muito bom saber que podemos recomeçar", afirma.

Ela lembra que os estabelecimentos já estavam realizando demissões e que cerca de 600 postos de trabalho já foram perdidos.

"É uma janela que se abre. Agora vamos trabalhar com responsabilidade, seguindo os protocolos, e mostrar que as barracas têm condição de trabalhar oferecendo o mínimo de risco pra Covid", destaca Fátima.

As barracas poderão abrir de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, e com 25% da capacidade. As condições são as mesmas vigentes para os estabelecimentos de alimentação fora do lar já autorizados ao retorno. No entanto, o decreto estadual ressalta que piscinas e parques aquáticos continuam vetados.