Pelo menos duas empresas estão interessadas na compra da Enel Ceará. A venda da distribuidora foi anunciada no fim do ano, mas ainda não havia detalhes sobre o andamento do processo.
Segundo o jornal Valor, as duas empresas na disputa pela concessão são a CPFL e a Equatorial.
A expectativa é que a transação possa chegar à cifra de R$ 8 bilhões, valor que tem obrigado os interessados a fazerem contas para encaixar o investimento no orçamento.
Segundo a reportagem, outras duas empresas chegaram a iniciar negociações, mas não devem avançar no processo.
Procurada para confirmar as informações, a Enel Ceará informou que não irá comentar o assunto.
Conforme os bastidores, a CPFL vem sendo considerada a favorita na disputa. Isso porque ela teria fôlego financeiro maior, resultado da retenção do pagamento de dividendos.
Este ano, ela irá pagar apenas R$ 2,42 bilhões em proventos, valor que é a metade do esperado pelo mercado considerando o lucro obtido no ano passado. O presidente da CPFL, Gustavo Estrella, teria informado que declarou parcialmente os dividendos relativos ao lucro de 2022 exatamente para segurar o caixa em possível compra da Enel Ceará.
Já a Equatorial vem desenhando a estratégia de crescimento. Em setembro do ano passado, a empresa assumiu o controle acionário de outra distribuidora do grupo Enel, a Enel Goiás. O valor da transação foi de R$ 1,57 bilhão e incrementou a base de clientes da companhia em 3,3 milhões de unidades consumidoras.
Anúncio da venda
A Enel Distribuição Ceará confirmou os planos de venda da companhia pela controladora italiana Enel em novembro de 2022. A alienação da empresa cearense faz parte dos planos e medidas estratégicas para o período de 2023 a 2025.
A decisão foi divulgada em fato relevante. No documento, assinado pelo diretor de administração, finanças, controle e relações com investidores da Enel Ceará, Teobaldo José Cavalcante Leal, a empresa ainda afirma que quaisquer decisões sobre venda e compra de ações pontuais dependerá das decisões dos acionistas.
"A Companhia esclarece que a conveniência e oportunidade de alienação das ações de sua emissão é decisão que cabe exclusivamente aos seus acionistas. A Companhia informa que, se e quando for o caso, qualquer operação dependerá da obtenção das aprovações necessárias e observará os termos da regulamentação aplicável", destaca a Enel.