Diversificação de projetos é desafio

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A crise no mercado da construção civil, acentuada nos últimos três anos, impactou forte e diretamente o mercado da arquitetura e urbanismo.

Diante dessa realidade, um desafio para o segmento no Ceará, especificamente, é se "descolar um pouco" do mercado imobiliário e investir em outros projetos, para além da construção civil, normalmente focada em obras de prédios residenciais e comerciais. Essa é a alternativa indicada pelo presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Ceará (AsBEA-CE), Luciano Ramos.

Para ele, arquitetos e urbanistas que "escaparam" da crise no Estado se saíram bem porque seguiram por caminhos diferentes, realizando projetos para segmentos pouco ou menos prejudicados pela recessão. Cita como exemplo as farmácias, hoje erguidas "a cada esquina". "Tem um projeto de arquitetura que dá sustentação a esses empreendimentos, mas são exceções. A valorização do espaço público também é um tremendo mercado de atuação e há novos segmentos mesmo no campo empresarial", enumera.

Em reação à crise no segmento, inclusive, 80% dos 28 escritórios associados à AsBEA-CE enxugaram seus quadros de funcionários nos últimos três anos.

Descentralização

Outro gargalo ao desenvolvimento do segmento no Ceará, conforme avalia Luciano Ramos, é a centralização de projetos em Fortaleza e Região Metropolitana. Em cidades do Sul e do Sudeste, endossa, o interior sempre teve um "peso muito grande" para arquitetos e urbanistas atuantes nas regiões. "Juazeiro do Norte, Caruaru e Sobral são algumas das cidades que já exigem uma qualidade de urbanismo maior e acho que isso poderia ser pulverizado ainda mais". Novas oportunidades também se abrem na cidade de São Gonçalo do Amarante, n o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), onde novas empresas irão se instalar.

Estilo de morar

As inovações tecnológicas chegaram à vida das últimas gerações de forma mais rápida e intensa. O resultado disso fica claro na forma de se construir e no estilo de viver/morar.

No Ceará, bem como em todo o Brasil, a busca é cada vez maior por espaços compactos e compartilhados, mas que não percam de vista a praticidade e a sustentabilidade. "A geração y quer tecnologia, quer conectividade, quer se apropriar de organizações exponenciais (como o Uber), mas ao mesmo tempo quer uma qualidade de vida, baseada na sustentabilidade e no bem comum".

A tecnologia hoje disponível, soma, facilita as conexões entre as pessoas, e o modo como elas se informam para resolver seus problemas e atender suas necessidades. E a moradia acompanha essa tendência. "Nesse contexto, os escritórios de arquitetura, assim como outras empresas, também devem pensar como estabelecer novas conexões com seu público, e pensar nas maneiras mais impactantes, corretas e efetivas de fazê-lo".

Convenção em Fortaleza

Justamente visando debater o tema "Novas Conexões", a AsBEA-CE realiza pela primeira vez em Fortaleza sua Convenção Nacional, a partir de hoje até sábado (9 de junho).

O evento é realizado anualmente e, nesta 46ª edição, espera receber cerca de 150 participantes, incluindo arquitetos, urbanistas, empresários, estudantes da área e público em geral interessado no assunto.

A convenção traz nomes de relevância e autoridades em suas áreas, como o de André Bello, sócio-fundador do Pacto do Rio e corresponsável pelos eventos TEDx; e o de Sabina Deweik, referência em pesquisa de Tendências e Consumo.

Mais informações

Convenção da AsBEA, de 7 a 9 de junho, no Hotel Gran Marquise

suporte@asbea.org.br

http://www.asbea.org.br/

Telefone: (85) 3246.4851 | (85) 9 8847.4622