Brasília. Um dia depois de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizer que a desoneração da folha de pagamento foi "grosseira", a presidente Dilma Rousseff disse, no último sábado (28), que Levy foi "infeliz" na declaração e que a desoneração da folha é "importantíssima e continua sendo".
Levy anunciou, na última sexta-feira (27), um pacote de aumento de impostos e redução de benefícios a empresas. O ministro fez críticas ao programa de desoneração. "A troca entre a folha e o faturamento não era muito vantajosa", disse o ministro da Fazenda. Segundo ele, a "brincadeira" custou R$ 25 bilhões aos cofres públicos.
Para a presidente, a desoneração da folha de pagamentos é um instrumento importante "que vai permanecer" no país. "Agora, em certas conjunturas, tem de ser reajustado, ou para cima, ou para baixo. Agora, foi para cima" disse, ao se referir à redução da desoneração da folha, anunciada por Levy.
Dilma citou o exemplo dos recentes reajustes de tarifas de energia elétrica. "É impossível achar, por exemplo, que a tarifa de energia decorre de erros. A tarifa de energia decorre das chuvas. Quando aumenta a chuva, diminui a tarifa de energia".
Alterações
A Medida Provisória (MP) 669, publicada no Diário Oficial da União do último dia 27, aumenta as alíquotas para 2,5% (para os setores que pagavam 1%) e para 4,5% (para as empresas que pagavam 2%). As mudanças entram em vigor em julho.
A MP também permitiu que as empresas de cada setor beneficiado escolham se querem permanecer no regime especial ou se voltam ao sistema antigo, em que pagam 20% da folha de pagamento. O governo pretende economizar R$ 5,35 bilhões em 2015 com a medida.