Diário do Nordeste

Com produção familiar, engenho de Pindoretama aumenta faturamento com venda para supermercado

Produtos do Doces da Cana estão entre os milhares expostos na Expoece

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 09:22)
foto de Vilmara Noronha Façanha

A primeira vez que o Engenho Doces da Cana expôs seus produtos em Fortaleza já foi um sucesso. É o que lembra Vilmara Noronha Façanha da participação na Exposição Agropecuária e Industrial do Estado do Ceará (Expoece) há dezoito anos.

“A gente começou a fazer rapadura, caldo de cana. Aí a pessoas começaram a pedir a rapadura 'puxada', molinha, mas não tinha vasilhame. Aí a gente teve a ideia de pegar uma quenga de coco, puxar a rapadura dentro e colocar uma colher feita da própria cana. Fomos os primeiros, e depois muita gente começou a fazer igual”, conta a produtora.

Vilmara administra o engenho ao lado do marido, que entrou no ramo inspirado pelo pai e pelo avô. O 'puxa no coco' é o carro chefe da casa de engenho montada na feira de produtores. Toda a produção da rapadura é feita diretamente no local.

Ela lembra que ela e o marido foram relutantes a começar a expor na feira e até recusaram inicialmente a proposta. Os produtores foram convencidos e viram o faturamento crescer em 30%.

O negócio ganhou escala e, nos últimos anos, os produtos do Doces da Cana começaram a ser distribuídos na rede de supermercados Cometa. 

Apesar do crescimento, a família faz questão de manter a produção entre a família. A confecção em Pindoretama envolve apenas cinco pessoas.

"Toda família está trabalhando junta. É uma sensação de continuidade, de um legado familiar. É como se a gente não deixasse morrer a memória dos nossos antepassados. É muito gratificante" 
Vilmara Noronha Façanha
Produtora do engenho Doces da Cana

PAIXÃO QUE PASSA POR GERAÇÕES

Airton Regis Braga Araújo, de 31 anos, também é frequentador da Expoece desde os anos 2000. Na época, ele visitava o evento com a família como passeio. Agora, é um dos expositores.

"Eu sou filho de mulher do campo, ando aqui desde a barriga da minha mãe. Sempre tive paixão por animais, a minha infância foi diferente de muitas crianças, sem videogame. Meu sonho era montar uma fazenda", conta.

Airton Regis Braga Araújo

Há seis anos, ele teve a oportunidade de concretizar o sonho na Fazenda Juazeiro, com a criação de centenas de gado guzerá leiteiro. A raça milenar de origem indiana se adaptou ao semiárido nordestino, com uma boa produção de leite.

“O objetivo é continuar o trabalho genético da raça e promover a venda de animais, para melhorar os rebanhos dos produtores rurais no nosso Brasil e nosso Ceará”, comenta. 

A fazenda expôs alguns animais nesta edição da Expoece e foi bem-sucedida na venda do único guzerá que estava a venda, negociado por R$ 20 mil.

A feira, que reuniu os principais players do setor agropecuário do Nordeste, ocorreu no Parque de Exposições Governador César Cals, em Fortaleza, e foi encerrada no domingo (17).