Com movimentação crescente, Porto do Pecém vai construir novo berço de atracação de navios até 2029

Decisão anunciada por Hugo Figueiredo, presidente do complexo, faz parte de série de investimentos de R$ 1 bilhão em cinco anos

O Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, vai ganhar até 2029 mais um berço de atracação de navios. Será o décimo primeiro berço no porto, que atualmente registra movimentação crescente, com previsão de dobrar o fluxo com a chegada da Transnordestina. 

A informação é do presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), Hugo Figueirêdo, durante apresentação de resultados do primeiro semestre deste ano do Porto do Pecém.  

Atualmente, a atracação no local é feita por meio de 10 berços. A expansão será realizada no Terminal de Múltiplo Uso (TMUT), voltado para movimentação de cargas em geral, e deve ser concluída até 2029.

Vamos colocar mais um berço. Isso vai permitir que a gente movimente as cargas de contêineres, que está tendo um crescimento, cargas em geral, incluindo as placas da siderúrgica, e abrir espaço no berço 5".
Hugo Figueiredo
Presidente do Cipp

Investimentos de olho na fluidez logística

O berço 5 será destinado, de modo prioritário, para a movimentação das cargas que chegarão ao Pecém por meio da Ferrovia Transnordestina. A conclusão da linha férrea, atualmente em construção no Centro-Sul do Ceará, está prevista para 2027, e deve dobrar a movimentação de cargas no porto.

Outras obras incluem ainda a expansão do berço 2, um dos primeiros do Pecém. A atracação no local é feita por meio de um píer de 300 metros, e passará para 600 metros após a reforma. O espaço será destinado para o escoamento da produção de hidrogênio verde (H₂V), o que deve acontecer a partir de 2029.

As intervenções no porto fazem parte de um programa de investimentos aprovados pelos conselheiros do Cipp. Nos próximos cinco anos, serão aplicados R$ 1 bilhão em ampliação de píeres e berços de atracação, bem como demais melhorias visando a chegada das cargas da Transnordestina e do H₂V.

"Esse investimento pode até crescer, dependendo das atualizações que fazemos anualmente, e contemplam a expansão do píer 2, para receber mais cargas. A gente vislumbra para os próximos anos, mas falando não só das cargas de H₂V, mas também das cargas de amônia", pondera Hugo Figueirêdo.

Safra de frutas deve alavancar segundo semestre

Após se aproximar dos 9 milhões de toneladas movimentadas somente entre janeiro a junho de 2024, o Porto do Pecém projeta que o segundo semestre deste ano seja ainda mais positivo.

Hugo Figueirêdo destaca que boa parte do escoamento da produção de frutas do Ceará acontece pelo local, e a safra geralmente acontece entre os meses de julho a dezembro, o que já naturalmente contribui para aumentar os números de movimentação de cargas no porto.

"Tivemos um crescimento nesse período na quantidade de navios no primeiro semestre normalmente. O primeiro semestre é o que tem menos movimento aqui. No segundo semestre, tem o embarque de frutas, com as safras, e a gente costuma ter mais atracação", explica o presidente do Cipp.

O embasamento de Hugo Figueirêdo é o histórico da movimentação de cargas no Pecém. Para efeitos comparativos, de julho a dezembro de 2023, a movimentação de cargas superou a casa de 9,3 milhões de toneladas, e a tendência é de, novamente, superar o montante neste ano.

"A importância de trazer mais carga para movimentar pelo porto é conseguir agregar aquelas empresas que estão na área industrial mais serviços. Para os próximos anos, ainda no segundo semestre, tem a safra de frutas, mas também já vamos começar a ter, no segundo semestre, e principalmente a partir do ano que vem, alguns tipos de cargas relacionados aos projetos novos da área industrial, como o hub de hidrogênio verde e da própria Transnordestina", vislumbra.