Supermercados, quitandas, mercearias e hortifrútis do Ceará iniciaram um processo de recuperação econômica diante do arrefecimento da pandemia da Covid-19. Em agosto deste ano, as vendas nestes estabelecimentos aumentaram 20,8% na comparação com igual período de 2020.
Na comparação com 2019 (período pré-pandemia), o volume de vendas teve queda de 2,9%. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, cedidos em exclusividade ao Diário do Nordeste.
O resultado das vendas dos supermercados foi o segundo maior do Nordeste, atrás apenas do Piauí, que registrou alta de 31,7%. De forma geral, a região apresentou um aumento de 9,6% no volume de transações.
Valor das transações
Segundo Fipe/Alelo, além do aumento considerável nas vendas, os supermercados cearenses também registraram aumento no valor das vendas e no número de estabelecimentos.
O valor gasto nos supermercados cresceu 8,1% em relação a 2020 e 12,9% em relação a 2019. Com relação ao número de estabelecimentos, houve alta de 2,3% em relação a 2020 e de 2,9% em relação a 2019.
“Os indicadores, em particular o Índice de Consumo em Restaurantes (ICR), mostram uma recuperação econômica e setorial importante. Essa tendência positiva é acompanhada por outros indicadores de atividade e acontece pari passu [juntamente] com o arrefecimento da pandemia e das restrições de circulação. A tendência para os próximos meses é de manutenção de recuperação da economia, de forma geral, e do consumo das famílias, mais especificamente”, resume o coordenador de pesquisas da Fipe, Bruno Oliva.
O conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE) Wandemberg Almeida destaca que os resultados tanto dos supermercados como dos restaurantes é fruto das inovações que foram incorporadas aos serviços no período de fechamento.
"Os setores aproveitaram a pandemia para poder se reinventar, trouxeram inovações nos seus serviços. Por conta disso estão colhendo alguns frutos na reabertura, com o consumidor voltando a ir para os estabelecimentos", diz.
Ele reitera que os supermercados mantiveram crescimento mesmo durante a pandemia devido à necessidade dos consumidores em buscar produtos de necessidade básica.
Restaurantes
Apesar do aumento de 2,6% nas vendas, o setor de bares e restaurantes ainda enfrenta desafios e tem resultados aquém do período pré-pandemia. O volume de transações de agosto deste ano é 39,2% menor do que o de 2019.
O setor também tem resultados negativos com relação a número de estabelecimentos e valor gasto. Os números são 4,5% e 5,2% menores do que os de 2020, respectivamente.
Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto, o aumento no volume de transações se dá devido a uma ligeira melhora do cenário em relação a agosto do ano passado, quando bares e restaurantes se adaptavam aos protocolos e havia menor confiança da população devido à ausência de uma vacina.
Segundo ele, o setor não trabalha no momento tendo em vista uma recuperação aos níveis pré-pandemia, mas sim para conseguir 'se manter de pé' e quitar dívidas.
“Para a gente é o início de reconstrução, mas a gente não pode falar ainda em recuperação, recuperação realmente só quando não houver mais nenhuma restrição. Acredito que só em 2022”, destaca.
Estados com maior volume de transações em supermercados
Piauí: +31,7%
Ceará: + 20,8%
Alagoas: +15,7%
Rio Grande do Norte: +8,6%
Bahia: +8,1%
Paraíba: +7,3%
Pernambuco: +6,8%
Sergipe: +6%
Maranhão: +3,5%
Estados com maior volume de transações em restaurantes
Piauí: +48,6%
Sergipe: +40,5%
Maranhão: +39,3%
Alagoas: +24,1%
Bahia: +12,9%
Paraíba: +4,9%
Pernambuco: +3%
Ceará: +2,6%
Rio Grande do Norte: -2,6%