O Ceará vai ser o maior produtor de hidrogênio verde do País, combustível visto como principal alternativa às fontes de energia fósseis, segundo apontou Sérgio Araújo, nesta quarta (18), o coordenador de Atração de Empreendimentos Industriais Estruturantes da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), durante transmissão do evento ProEnergia, que conta com apoio institucional do Sistema Verdes Mares. A programação do evento continua nesta quinta (19) e vai até sexta (20).
Conforme o Diário do Nordeste apurou, uma empresa australiana está interessada em construir uma usina de hidrogênio verde no Ceará. Com participação de fundos europeus, a investidora está em negociação com o Governo do Estado e pode assinar um protocolo até o fim de dezembro, segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior.
Segundo Araújo, o Estado deve se tornar o principal exportador do hidrogênio verde para a Europa, transferindo o produto através do Porto do Pecém, com destino ao Porto de Roterdã, na Holanda.
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“A Europa precisa que essa produção seja feita em países onde essa energia renovável possa produzir o hidrogênio. O Ceará, pela facilidade do Porto, de produção de energia offshore, onshore e fotovoltaica, sendo despontado como novo Texas, um grande produtor de energias limpas, vai ser o maior produtor de hidrogênio verde. O Porto do Pecém vai ter um papel importantíssimo”, salientou Araújo.
Para ele, as potencialidades do Estado criaram “uma grande linha de transmissão de energia entre o Brasil e a Europa”. Um desses facilitadores seria, justamente, a localização geográfica, permitindo ao Estado atender interesses da América Central e Caribe, América do Norte, África e, mais recentemente, buscando conexão com a Ásia.
Além disso, Araújo cita como benefícios logísticos do Ceará a malha rodoviária, o hub tecnológico e aéreo, a transposição do Rio São Francisco, os indicadores educacionais, que levam o Ceará ao patamar de referência nacional, e a rede universitária, segundo ele, oferecendo capacita-ção aos empreendedores.
Outra ferramenta considerada essencial pela Sedet para atração de investidores é o licenciamento ambiental simplificado para energia renovável. “Não temos tido nenhum problema de aprovação em nenhum projeto de energias renováveis ou de outros que queiram atrair empresas para o Estado”, comemorou Sérgio Araújo.
Ele ainda citou os benefícios fiscais do Ceará, destacando a Zona Livre de Processamento de Exportação (ZPE), única em funcionamento no Brasil. Localizada a 6km do Porto do Pecém, é um distrito industrial de incentivo, oferecendo facilidades a quem produz para exportar.
“O que nós pretendemos é buscar novas indústrias com nível de capacitação elevado, que paguem melhores salários e criem empregos de qualidade”, destacou. Segundo Araújo, a meta é até 2050 para que o Ceará seja reconhecido como melhor Estado pra fazer negócios ao Brasil].
Crédito para energia solar
No painel “Financiamento para o setor de Energia”, conduzido pelo superintendente Estadual do Ceará do Banco do Nordeste, Rodrigo Bourbon Nava de Oliveira, foram apresentadas alternativas de financiamento para produzir energia solar.
Para pessoas físicas, é possível adquirir o material para a produção da energia financiando com prazo de até 12 anos, com seis meses de carência. O interessado pode se valer dos recursos do FNE Sol, uma linha de financiamento para aquisição isolada de sistemas para micro e minigeração distribuída de energia por fontes renováveis, para consumo próprio ou para locação.
Rodrigo Bourbon explicou que, para consumo próprio, o custo de produzir energia solar vai ser semelhante ao que o cliente já paga à concessionária de energia local. “A vantagem é a geração da matriz de energia limpa. Num prazo estimado de seis anos já pode começar a gerar energia e se creditar, vantagem de ter o equipamento com vida útil de até 20 anos”, realçou.