As transformações tecnológicas no setor bancário vêm sendo um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos entre as organizações sindicais que representam os trabalhadores da categoria. A grande preocupação dos líderes classistas é que as mudanças não gerem desemprego em massa nas agências futuramente, fazendo com que a automatização dos processos prevaleça sobre o trabalho humano.
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Embora reconheça que a digitalização dos bancos já é realidade no Brasil e deverá ganhar ainda mais força, beneficiando empresas e clientes, o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), Carlos Eduardo Bezerra, fala sobre a necessidade de ampliar o diálogo social sobre o tema.
"Queremos que essas mudanças sejam feitas com a manutenção dos postos de trabalho, minimizando eventuais prejuízos para o setor. Isso porque as transformações tecnológicas na estrutura de produção dos bancos têm impacto direto no número de empregos", afirma, observando que, há cerca de dois anos, centenas de agências foram fechadas em razão da reestruturação de instituições financeiras.
Reestruturação
E essa recente estruturação, em empresas como Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, também pode ser explicada pela ampliação dos serviços digitais, levando cada vez mais clientes a realizar transações online. "Lutamos para que o interesse econômico dos bancos não seja responsável pela perda de postos de trabalho. Não enxergamos nenhum problema nesse processo tecnológico, mas desejamos que isso seja usado não só para o crescimento das empresas, mas, sobretudo, para o desenvolvimento socioeconômico do País", diz.
Para ele, os bancos deveriam repassar mais aos clientes os benefícios financeiros que ganham por meio da reestruturação, promovendo, reduzindo taxas e juros. "A digitalização não deve ter só o objetivo de otimizar processos e fechar agências, mas também precisa ser revertida em ganhos econômicos ao consumidor", acrescenta, informando que "esse é um debate presente nas mesas de negociação da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)", entidade que representa os bancários. (RS)